Quase um mês após o início da propaganda eleitoral gratuita ainda busco critérios para definir o voto. O debate DLNews/Record TV seria uma oportunidade para ver ao vivo e em cores a performance mais realista dos candidatos a prefeito de Rio Preto.
Esperava-se algo mais espontâneo e menos engessado. Palavras, posturas, gestos e atitudes que revelassem a essência e as crenças do homem ou da mulher por trás do candidato ou candidata.
Se por um lado a que se elogiar a civilidade do debate e o enorme espaço aberto por toda a imprensa para os candidatos nesta e em outras oportunidades, por outro é lamentável a obviedade e generalidade das propostas. Forte sensação de mais do mesmo.
Dá até para entender a postura dos postulantes ao cargo de prefeito. Em tempos de muito "mimimi” e onde o politicamente correto exagerado beira a hipocrisia em vários momentos, é de se esperar que ninguém se arrisque. Mais vale uma cara de paisagem do que um "meme” arrasador.
Assim caminhamos para encontros de palavras óbvias e ideias pouco originais povoando os minutos preciosos. Estudos de neurolinguística mostram que palavras excessivamente repetidas perdem o significado, ou seja, reproduzimos o som mas não processamos a informação.
Com palavras e imagens as campanhas de marketing posicionam políticos como personagens. Manipulam as emoções dos eleitores criando candidatos do bem e do mal.
Eleições costumam despertar paixões e deixamos de ser eleitores para sermos torcedores. Aí é que mora o perigo. Cabe ao eleitor diferenciar a narrativa da realidade. Separar a sutileza de um discurso encantador contra uma realidade de ações concretas e histórico de posturas dos candidatos.
Se os programas de governo e partidos políticos pouco clareiam, talvez a análise da trajetória pessoal de cada um traga uma luz para o eleitor definir seu voto. O que o candidato fez e faz quando não está travestido de... candidato?
Se já exerceu cargo público, o que realizou quando esteve no poder? Se é empresário, profissional liberal, agente público ou qualquer outra profissão, o que já fez em benefício da comunidade?
Sim caro leitor internauta. Votar é uma decisão desafiadora e quase uma aposta cega no futuro. De qualquer forma, reafirmo minha convicção de que o voto é um direito e um dever. Dia 15 está chegando. #partiu votar.
Ester Mendonça é jornalista e empreendedora em comunicação corporativa.