Enfatizei, nos dois últimos artigos, a situação confortável de Edinho Araújo (MDB) nestas eleições, levando em conta as regras estabelecidas para que todos participem igualmente do jogo. Ou seja: o atual prefeito conseguiu agregar o maior número de aliados, soma mais tempo na TV e tem a maioria dos candidatos a vereador trabalhando pra ele.
É natural, portanto, que ele seja o alvo da maioria dos adversários que querem sentar na sua cadeira. Com tempo restrito na propaganda eleitoral e limitações no contato pessoal com o eleitor devido à pandemia do novo coronavírus, restam as redes sociais como principais veículos de propagação de ideias, de propostas. Aí nesse universo também há regras estabelecidas pela Justiça Eleitoral, que contabiliza e controla as mensagens patrocinadas.
O temor é que surja, a exemplo das eleições de 2018, uma campanha local paralela, alimentada por Fake News, dando suporte a ações criminosas para destruir reputações , tipo "o importante é vencer, não importa como”. Edinho Araújo é um político profissional com quase 50 anos de carreira, não está imune a críticas e acusações.
Daí ter levantado bandeira branca, ter se vacinado no início da propaganda eleitoral, na última sexta-feira, "louvando o trabalho de todos os ex-prefeitos; cumprimentando os candidatos atuais a prefeito e a vereador”, um gesto de paz que poderá ser usado em sua defesa mais adiante. Não acredito que a blindagem vai funcionar.
Baixarias em eleições municipais antecedem a Internet: cartas anônimas; investigações paralelas sobre a vida particular de adversários; destruição de propaganda de rua; ameaças físicas, etc. Mas nada se compara ao poder de destruição de uma rede de disseminação de ataques e notícias falsas, com disparo em massa, feito por Robot, ou Bot, como simplifica a nova geração.
A imprensa continua denunciando que, após um ano o TSE ter vetado a prática, empresas continuam burlando as regras e disparando mensagens eleitorais via WhatsApp, promovendo um verdadeiro linchamento virtual.
É preciso que as forças democráticas envolvidas nas eleições de Rio Preto fiquem atentas e cobrem da Justiça Eleitoral e da PF ações enérgicas contra a indústria de mensagens falsas. O VAR existe pra ser usado. O caldo do ódio ainda persiste, basta acompanhar nas redes declarações de candidatos e seguidores.
Antes de lutar, exigir democracia em seu país, é necessário que ela seja praticada na sua casa, na sua cidade. Fora da democracia não há salvação.
Até a próxima, quando comento qual o candidato que Bolsonaro deve apoiar em Rio Preto.
Wilson Guilherme é jornalista