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Breno Aragon

Tecnólogo em informática, presidente do PSOL em Rio Preto e ex-integrante do Vergonha Rio Preto


Óleo nas praias do Nordeste. Óleo de peroba na cara do presidente.

Por: Breno Aragon
04/11/2019 às 13:07
Breno Aragon

2019 vêm sendo um ano de enormes catástrofes ambientais para nosso país. Brumadinho, fogo na Amazônia, e agora óleo de petróleo cru nas praias do nordeste. Ao invés de vermos atitudes enérgicas do governo, o que temos visto é um festival de horrores. O ministro do meio ambiente, Ricardo Salles do partido NOVO dá um festival de imaturidade em seu Twitter e acusa até mesmo o Green Peace de crime ambiental.

Bolsonaro é um presidente avesso à pauta ambiental, e isso não é novidade para ninguém. Durante sua campanha no ano passado, bradou a plenos pulmões que "a perseguição do IBAMA aos produtores iria acabar”, e ainda que "não haverá nenhum centímetro de demarcação para povos indígenas”, como consequência de seu pensamento retrógrado que enxerga o meio ambiente como um inimigo do desenvolvimento do país, Bolsonaro nomeou Ricardo Salles do partido NOVO como ministro do meio ambiente.  

Em 2017, o Ministério Público denunciou Ricardo Salles por improbidade administrativa. Segundo o MP, Salles favoreceu empresas de mineração e filiadas à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) ao alterar mapas de zoneamento do plano de manejo da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Tietê (APAVRT) quando era secretário de Meio Ambiente de São Paulo. Em 2018, Salles foi condenado pela justiça paulista por esse crime.

Com um presidente tão ignorante em relação a pauta ambiental, e um ministro do meio ambiente sem apreço algum por ela, o resultado não poderia ser diferente, estamos a menos de um ano de governo Bolsonaro e as catástrofes ambientais só aumentam. Os discursos de ódio de Bolsonaro em relação à pauta do meio ambiente, só fizeram atiçar ainda mais a vontade dos criminosos ambientais de nosso país. Somado a isso, o governo faz um verdadeiro desmonte em órgãos de fiscalização e controle ambiental como o IBAMA. Quando as queimadas na floresta Amazônica chegaram a níveis alarmantes, Bolsonaro fez pouco caso, quando o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) divulgou dados que mostravam o enorme aumento do desmatamento em nosso país, seu diretor Ricardo Galvão foi destituído do cargo, o inimigo do governo não eram os infratores que promoviam as queimadas, mas sim quem se dignava a publica-las. 

Mais recentemente, o litoral Nordestino se viu castigado por imensas manchas de óleo de petróleo cru em suas praias, quatro em cada dez praias nordestinas foram atingidas pelo óleo. O vazamento ainda é de origem desconhecida, porém o que chocou a população daquelas regiões foi a completa apatia do governo. O vazamento que foi observado no começo de Setembro poderia ter sido controlado caso o governo tivesse colocado em prática o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional, previsto no decreto número 8.127, de dezembro de 2013. Tal plano teria evitado a contaminação de corais e manguezais da região. Segundo reportagem da BBC, oceanógrafos alertam que a contaminação no litoral pode durar décadas, pois além das manchas visíveis, a contaminação afeta toda a cadeia biológica dos locais. Os peixes, caranguejos, algas, corais e diversas outras formas de vida marinha, ainda podem carregar vestígios tóxicos do óleo derramado. Estudiosos são unanimes quando afirmam, que caso o governo tivesse posto em prática o plano de contingência, a catástrofe teria sido imensamente menor.

A contaminação do litoral nordestino, não apenas impacta o meio ambiente, mas também a economia local, que depende muito da exploração de seu potencial turístico. Milhares de famílias tem seu sustento atrelado ao turismo local, e não sabem como serão os próximos meses e anos de suas vidas. 

Para termos ideia do nível do descaso do governo Bolsonaro para com essa questão, o Ministério Público Federal, num trabalho conjunto envolvendo procuradores dos nove estados do Nordeste, protocolou ação na Justiça no último dia 18 em que acusa o governo de omissão no caso do derramamento de óleo em mais de 2 mil quilômetros de praias da região. A ação pedia que a Justiça desse 24 horas para o governo federal acionar o Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional (PNC). Os promotores pediram ainda que seja aplicada multa diária de R$ 1 milhão em caso de descumprimento.

É uma vergonha que um governo tenha que ser pressionado na justiça para cuidar de seu povo e seu meio ambiente. A situação fica ainda mais absurda, quando vemos o Ministro do Meio Ambiente, declarar no Twitter que o Green Peace  poderia ter alguma relação com o derramamento de óleo nas praias nordestinas. A ONG já afirmou que irá entrar na justiça contra o Ministro. O povo brasileiro merece que seus representantes tenham uma preocupação genuína e legítima com seu meio ambiente! Basta do descaso de Salles e Bolsonaro e sua política de destruição ambiental!






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