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Breno Aragon

Tecnólogo em informática, presidente do PSOL em Rio Preto e ex-integrante do Vergonha Rio Preto


Bolsonaro acha privilegiado quem ganha R$ 1.500

Por: Breno Aragon
17/08/2019 às 09:36
Breno Aragon

Se, assim como eu, você é um trabalhador assalariado e não tem nenhum parente político para te empregar num gabinete com um salário de marajá, você não tem nada a comemorar com a aprovação da reforma da previdência.

Se você ganha menos do que dois salários mínimos, já deve estar acostumado a sacar seu abono do PIS todo ano, não é mesmo? O abono do PIS é um benefício concedido para todo trabalhador que trabalha com carteira assinada e ganha até dois salários mínimos, garantindo, no ano, um salário mínimo a mais.  Mas, se a reforma da previdência passar, todos os trabalhadores que ganham mais do que R$ 1364,44 não receberão mais o benefício do abono. Para Paulo Guedes e Bolsonaro, o trabalhador que recebe mais que isso é privilegiado.  Imagine caro leitor, que um operador de caixa de supermercado que ganha R$ 1500/mês e aposta no abono para ter um natal com algum conforto para família ficará a ver navios, já que para nossos ricos parlamentares, é um trabalhador privilegiado.

É obscena a maldade que o governo propõe na reforma da previdência: logo de partida todos os trabalhadores terão uma redução no valor do seu benefício. Isso porque o governo vai mudar a forma de cálculo da aposentadoria.  Atualmente, faz-se uma média com 80% dos maiores rendimentos dos trabalhadores e "despreza-se” os 20% mais baixos, para então, calcular qual será o valor da aposentaria.  Com a reforma, a média será feita em cima de 100% dos salários dos trabalhadores, causando uma redução no valor do benefício para todos os novos aposentados.

Conhece alguma viúva que recebe pensão pela morte de seu companheiro? Pois saiba que, se ela se tornasse pensionista após a reforma, receberia apenas 60% do benefício de atualmente. Isso porque o governo quer diminuir a pensão paga a viúvas e viúvos. O valor pode ser aumentando em 10% para cada dependente menor de idade, num limite de 100%. Agora, imagine de um dia para o outro uma família que têm como principal recurso essa pensão tendo sua renda reduzida em até 40%?!
Numa outra situação, imagine que um trabalhador sofra um grave acidente de carro e fique incapacitado de trabalhar. Hoje, ele tem direito a 100% do valor da aposentadoria, baseada em seu salário. Se a reforma passar, ele só recebe 60% - chegando ao total só em caso de já ter 40 anos de contribuição ou ter se acidentado no próprio trabalho.

Eu poderia escrever parágrafos e mais parágrafos sobre o quanto a reforma da previdência de Bolsonaro e Paulo Guedes é nefasta, dos anos intermináveis que o trabalhador vai precisar contribuir para poder se aposentar e do quanto os políticos que a estão aprovando são caras de pau.  Porém, creio que já deixei claro que essa reforma não trará nenhum benefício para nós, trabalhadores assalariados.  O governo alega que tal reforma é necessária, pois sem ela o país "quebraria”, mas eu poderia desenvolver mais uma coluna inteira mostrando que isso não é verdade. Vou me limitar a questionar: você acha certo o governo que quer atacar seus direitos perdoar dívida de R$ 15,3 BILHÕES dos grandes empresários do agronegócio? Pois é isso que quer fazer ainda esse ano, ao anistiar os empresários que estão em dívida com o Funrural.






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