Caso semelhante aconteceu em agosto, com um homem de 59 anos, marmorista, do bairro Eldorado. Reportagem do DL News mostrou que ele afirmou na polícia que tudo começou através do messenger do Facebook, chamado por uma pessoa com o perfil onde consta o nome de "Vitória Silva". Após trocas de mensagens, a vítima passou a se comunicar com "Vitória” através do whatsapp de código "DDD" 51 – relativo a Porto Alegre (RS) e região.
Em determinado momento da conversa "Vitória Silva" teria lhe enviado uma foto íntima, e ele, achando que poderia estar iniciando uma tórrida aventura amorosa, resolveu fazer o mesmo e embarcou rumo ao desconhecido. Mas não durou muito. Ele levou um choque de realidade já no dia seguinte, quando recebeu ligação telefônica de uma pessoa do sexo masculino dizendo-se ser genitor da tal "Vitória Silva", relatando que sua "filha" teria 15 anos de idade e que o morador de Rio Preto teria enviado fotos íntimas a uma adolescente.
O homem que telefonou disse que iria procurar uma delegacia de polícia a fim de "procurar” seus direitos. Entretanto, ofereceu a alternativa de depositar a quantia de R$ 2 mil para que não relatasse o ocorrido. A vítima, com medo de que algo acontecesse e denegrisse seu nome, depositou a quantia de R$ 500.
Investigação
Em agosto, a Polícia Federal chegou a deflagrar a Operação Dólos, para reprimir ação de criminosos que se passavam inclusive por policiais federais para extorquirem vítimas através de redes sociais.
Na ação, 30 policiais federais cumpriram quatro mandados de busca e apreensão, em Porto Alegre, Gravataí, Viamão e quatro no Sistema Penitenciário do Rio Grande do Sul, sendo três na Cadeia Pública de Porto Alegre e um na Penitenciária Estadual de Canoas.
A investigação teve início em janeiro e identificou indivíduos que se utilizavam de engenharia social para manter contato com as vítimas, utilizando perfis falsos, fazendo-se passar por meninas menores de idade. A partir do contato inicial, havia o envio de imagens das supostas menores nuas, e, posteriormente, a extorsão com a utilização de perfis falsos de dois policiais federais do Rio Grande do Sul. Os criminosos solicitavam valores para, supostamente, não dar prosseguimento às investigações.
A Polícia Federal já identificou vítimas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Pernambuco. Os crimes investigados na Operação Dólos são extorsão, associação criminosa e falsa identidade.
Outros golpes
A orientação é mais que óbvia: que a pessoa não dê prosseguimento a nenhum diálogo sem ter a certeza a respeito dos seus interlocutores. Não vale apenas para questões em que o golpista tenta se passar por uma súbita apaixonada, ou apaixonado, mas também para evitar golpes, como aqueles em que a pessoa, do outro lado da linha, inventa histórias como a do falso sequestro de um familiar, pedindo resgate, ou se passando por um familiar em dificuldades, pedindo depósito.
Sobre o nome da operação, a PF explica que Dólos, na mitologia grega, é um ser que personifica o ardil, a fraude, a astúcia, as artimanhas e as más ações.