Estamos sempre à procura da minimização do sofrimento e da maximização da felicidade.
Procuramos para isso, entre muitos fatores, a
religião para satisfazer nossa necessidade de estar bem intimamente perante uma
força maior, mas nos esquecemos que empiricamente a religião é apenas um trato
entre homens, uma ferramenta utilizada para a preservação da ordem social e a
organização fatídica para conquistar uma sociedade que trabalhe em mutua
cooperação. Em contrapartida, a espiritualidade se torna de fato o verdadeiro
caminho para a satisfação do desejo de ser feliz.
Quando confrontamos nossos
próprios paradigmas de uma maneira infinitesimalmente sincera, costumamos nos
inquirir com perguntas simples: "Quem sou eu?”, "Qual é o sentido de minha
vida”, "Para que vim ao mundo e o que é fazer o bem? Devo fazer?”. Em momentos
como estes podemos dizer que experimentamos algo espiritual maior que todas as
coisas com as que estamos cotidianamente acostumados. As pessoas dizem que Deus
ajuda a quem se ajuda, o que na verdade significa que somente nós temos o poder
para além de nos ajudar, ajudar ao próximo, mudar a vida alheia ou trabalhar em
algo em prol ao bem maior e coletivo. Algo substancialmente impossível para
pessoas nas quais a espiritualidade, e como consequência a felicidade, ainda
não está desenvolvida. Pessoas cheias de si e vazias dos demais com que
convivem.
Cientistas modernos insistem em
dizer que o crescimento econômico é vital para a sociedade moderna por diversas
razões, entre elas a que mais se destaca é que quando se produz mais, podemos
consumir muito mais, de modo a elevar nosso padrão de vida, satisfazer nossos
anseios e supostamente usufruir de uma vida mais feliz. Mas o criador da Teoria
da Relatividade, Albert Einstein certa vez escreveu em um bilhete: "uma vida
calma e modesta traz mais felicidade do que a busca pelo sucesso combinada a
constante inquietação”. Embora a Teoria da felicidade de Einstein não seja tão
famosa como a da relatividade, em dias modernos ela se encaixa perfeitamente
melhor quando pensamos em corporações, nações e organizações que operam
unicamente pela proliferação do lucro e não pela cooperação mutua em prol a
algo maior. É comum hoje entendermos a inquietação a qual Einstein se referia. Sacrificamos
nossas vidas escravizando nosso tempo para marcas por um preço que jamais
conseguiremos pagar, acontece que é muito comum pessoas serem vítimas de
guerras e campanhas marketeiras sem que isso tenha sido provocado por elas, mas
afetam diretamente suas vidas.
Estudantes são mensurados segundo
suas notas médias e professores segundo seu desempenho e isso tem mais
importância do que os valores que cada indivíduo carrega dentro deles. Pessoas
são avaliadas pelos seus currículos ou posições estratégicas em cada empresa,
pesos, medidas, alturas, graduações, roupas, carros que dirigem. A partir do
momento que a sociedade adota parâmetros de mensuração para definir que um ser
humano é melhor que o outro por certos materialismos, a nossa realidade
humanística foi transformada e automaticamente a felicidade de todos fica
submissa, violada e comprometida. Ao longo dos séculos temos avançado
tecnologicamente, mas regredido humanamente, fizemos escolhas duras objetivando
a evolução científica, mas arriscamos a nossa felicidade verdadeira, com o
padrão de vida atual que possuímos. Esta é somente uma opinião de um único ser
em bilhões do universo que podemos mudar e melhorar.
Pablo Dávalos
Engenheiro de Produção
MBA executivo em Gestão Industrial
pela FGV
Green
Belt e Black Belt na metodologia Six Sigma
Gerente Administrativo e
Consultor em PCP Planejamento e Controle de Produção