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Bertha Maria Júlia Lutz
Foto por: Reprodução
Bertha Maria Júlia Lutz

O feminismo de Bertha Lutz

Por: Eliane Gonçalves de Freitas
04/03/2024 às 13:36
Artigos

O mês de março chegou e, com ele, estamos novamente celebrando a história de mulheres importantes na luta pela igualdade de gênero no Brasil e no mundo


Nesse contexto, homenageamos muitas mulheres cujas vozes e ações trouxeram mudanças e inspiração. Uma dessas histórias é a da Bióloga Bertha Maria Júlia Lutz. Nasceu em São Paulo, em 2 de agosto de 1894. Viveu, portanto, numa época na qual era muito mais difícil defender qualquer direito para as mulheres. Bertha estudou Biologia na Universidade de Sorbonne, na França. Em 1919, foi contratada no Museu Nacional do Rio de Janeiro como pesquisadora. Foi a primeira colocada num concurso geralmente disputado apenas  por homens. Mais tarde, ocupou o cargo de chefe do departamento de Botânica do Museu, até sua aposentadoria em 1964.

Bertha brilhou como cientista e como feminista. Em 1922, junto com outras mulheres, ajudou a fundar A Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF), que tinha o objetivo de coordenar e orientar os trabalhos de qualificação da mulher para que pudessem participar da vida social mais ativamente. As metas destacavam a promoção da educação; a proteção de mães e crianças; conquista de direitos trabalhistas e orientações na escolha de uma profissão; além do voto feminino universal conquistado em 1932. Elegeu-se Deputada Federal em 1936, sendo a segunda mulher nesse campo político no Brasil. 

Uma importante atuação da vida política de Bertha foi sua integração junto à delegação brasileira na conferência de São Francisco, em 1945, para a redação final da Carta das Nações Unidas. Participando como delegada plenipotenciária, tinha plenos direitos, inclusive o de assinar a carta da ONU.  Nesse período, Bertha lutou para que a igualdade de gênero fosse incluída no documento. Entretanto, sofreu retaliação das delegadas dos Estados Unidos e do Reino Unido. A carta foi assinada por 160 homens e 4 mulheres, sendo apenas duas a favor dos textos de igualdade, Bertha e Minerva Bernardino da República Dominicana.  

Bertha teve homens como aliados de suas ideias e mulheres que, infelizmente, não lutaram pelo mesmo fim. Porém, o resultado foi positivo. No preâmbulo da carta da ONU encontram-se os dizeres "igualdade de direitos entre homens e mulheres". Em outros artigos, há a frase "sem distinção de raça, sexo, idioma ou religião”. Bertha teve coragem, iniciativa e empenho de uma vida para a melhoria das condições das mulheres na sociedade. Por isso, é considerada uma das maiores feministas do século XX.

 

Eliane Gonçalves de Freitas é Bacharel em Ciências Biológicas. É Professora Associada da Unesp de São José do Rio Preto. Integra o coletivo "Mulheres na Política”. 

 

É Bacharel em Ciências Biológicas. É Professora Associada da Unesp de São José do Rio Preto. Integra o coletivo "Mulheres na Política”.
Foto por: Eliane Gonçalves de Freitas
É Bacharel em Ciências Biológicas. É Professora Associada da Unesp de São José do Rio Preto. Integra o coletivo "Mulheres na Política”.






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