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Dinorath do Valle
Foto por: Divulgação
Dinorath do Valle

‘Moro sozinha, com meus discos, meus livros e minhas palavras’

Por: Bruna Giorjiani de Arruda
14/03/2024 às 17:47
Artigos

Se você vive na cidade de São José do Rio Preto ou já frequentou a casa de cultura da cidade, provavelmente você já escutou o nome de Dinorath do Valle


A homenagem, como nome de nossa casa de cultura é reconhecimento pela infinidade de projetos e produções culturais que está mulher incrível trouxa para São José do Rio Preto. Nascida em 10 de julho de 1926, na cidade de Itápolis, estado de São Paulo, com menos de um ano, veio para Rio Preto e aqui viveu até sua morte, no 1° de maio de 2004. Formou-se no magistério, profissão muito comum para as jovens mulheres do início do século XX, e ofício no qual se aposentou. 

Ainda que fosse professora de formação, ao longo de sua vida, exerceu carreira de escritora, jornalista, roteirista e se envolveu em tantos projetos relacionados à arte na cidade que, sem sua presença, talvez Rio Preto não figurasse entre as cidades com um dos maiores festivais de teatro do país.

Além do festival de teatro, que hoje alcançou alcunha de internacional, esteve envolvida na criação dos museus José Antônio da Silva de arte primitivista e do museu histórico Leonam Sellmann Nazareth, promoveu o salão de artes juvenil, onde expunha desenho de seus alunos, fundou a hemeroteca Prof° Dário de Jesus, além dos muitos livros que lançou, alcançando um Prêmio do Governador do Estado de São Paulo, no ano de 1976 com sua obra "O Vestido Amarelo” e o internacional Prêmio Casa de Las Americas, no ano de 1982 com a obra Pau Brasil, obra essa que no ano de 2009 tornou-se roteiro de um filme com mesmo nome.  A obra de Dinorath é profunda e embebida de uma brasilidade imensa. 

Não bastasse todo o seu esplendoroso talento e ímpeto na promoção da cultura na cidade, Dinorath, junto com Beny Roquete, Ida Verdi Amorim, Ida Pinceli e Lélia Costa Furquim formaram o primeiro grupo de mulheres a disputar uma vaga na Câmara de São José do Rio Preto. A compreensão de seu papel enquanto sujeito social e de sua responsabilidade política é de fundamental destaque. 

Ao pensar nas características e feitos de Dinorath, nascida nos anos vinte, é impossível não pensar também em tudo que enfrentou enquanto mulher, em uma cidade interiorana e em uma sociedade onde o machismo imperava ainda mais impiedoso do que nos dias atuais. 

Nesse 8 de março, meu texto, mais do que uma homenagem, é um agradecimento aos feitos grandiosos dessa mulher, para a cultura e história de Rio Preto. Obrigada!

 







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