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Interior de SP enfrenta filas gigantes e até falta de profissionais para aplicar vacina contra a Covid

Por: FOLHAPRESS - MARCELO TOLEDO E SIMONE MACHADO
22/06/2021 às 21:00
Brasil e Mundo

RIBEIRÃO PRETO E SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - As filas quilométricas de carros em alguns municípios em busca de vacina contra a Covid-19 se contrap?...


RIBEIRÃO PRETO E SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - As filas quilométricas de carros em alguns municípios em busca de vacina contra a Covid-19 se contrapõem à realidade de algumas cidades do interior de São Paulo, que enfrentam falta de doses dos imunizantes e até escassez de profissionais para aplicar as doses existentes.

Entre as queixas nos municípios paulistas está a abertura para agendamento para uma faixa etária considerada grande, como 50 a 59 anos, o que gerou longas filas para cadastramento em cidades pequenas e esgotou rapidamente as vagas onde os sistemas são informatizados.

A falta de imunizantes está afetando, por exemplo, o avanço da vacinação em Campinas, cidade mais populosa do interior, com 1,2 milhão de habitantes. Sem doses, ela suspendeu na segunda (21) o agendamento para a vacinação, apenas três horas após a liberação da agenda para pessoas com mais de 43 anos.

Segundo o município, em uma hora 11.779 agendamentos foram feitos, esgotando as 11.220 doses disponíveis para a faixa etária na data. O agendamento de novas pessoas foi condicionado à entrega de mais doses, o que ocorreu no fim da tarde desta terça (22), após chegarem 21.410 doses.

Em Sorocaba, pessoas com 50 anos ou mais, sem agendamento, se vacinaram contra a Covid-19 na última semana em locais que não eram destinados a elas, mas a profissionais da Educação, o que gerou a abertura de uma investigação da Corregedoria Geral do Município, segundo a prefeitura.

Quem também enfrenta problemas com as poucas doses é Rio Claro, que suspendeu a vacinação na segunda. A cidade retomou a imunização nesta terça, mas, segundo a prefeitura, as 1.452 doses recebidas do DRS (Departamento Regional de Saúde) de Piracicaba são capazes de suprir a necessidade de apenas um dia e não há previsão de quando mais doses serão entregues.

Em Ribeirão Preto, os problemas enfrentados incluem dificuldades no agendamento --pela falta de doses ou por oscilações do site para cadastramento-- e até a investigação de uma suposta vacinação tripla.

Moradores têm reclamado da falta de escalonamento para os agendamentos, o que fez com que boa parte dos mais de 50 mil habitantes com idades entre 50 e 59 anos não tenha conseguido se cadastrar para a vacinação.

A Secretaria da Educação também abriu investigação após receber denúncia de que um profissional da área teria recebido, no dia 16, uma terceira dose de vacina, o que é irregular.

A prefeitura informou, via assessoria, que foram disponibilizadas cerca de 42 mil doses em dois agendamentos para a faixa etária de 50 a 59 anos e que, nesta quarta (23), abrirá para a população de 43 a 59 anos. Sobre os sistemas informatizados, diz ter aumentado a quantidade de servidores de 4 para 20.

Já em Cabreúva, até o fim de semana cerca de 70% das 20 mil doses recebidas ainda não haviam sido aplicadas devido à falta de profissionais.

A prefeitura abriu edital de emergência para contratar enfermeiros e técnicos terceirizados e admitiu sete profissionais. A chegada fez a vacinação avançar -em dois dias, 9.000 moradores foram imunizados.

"Ainda temos mais dez vagas em aberto. Esperamos que com a contratação dessas pessoas a gente consiga aplicar todas as doses e zerar a fila da vacinação na cidade", disse Janaína Dias, secretária-adjunta de Saúde.

Até a tarde desta terça, Cabreúva ainda tinha 5.000 doses para serem aplicadas em moradores de 45 a 49 anos.

Na contramão, Ourinhos suspendeu a vacinação devido à falta de imunizantes. Em comunicado na segunda, a Secretaria da Saúde informou que as doses haviam se esgotado e que o município aguarda novas remessas --sem prazo.

Em Santo Antônio do Pinhal, cidade de 6.827 habitantes no Vale do Paraíba, uma fila enorme se formou na última quinta (17) por pessoas de 50 a 59 anos em busca de vacina.

Mas só havia 70 doses, o que gerou revolta das pessoas e fez com que a administração alterasse a forma de convocação da população.

Segundo o Mutirão, coletivo que acompanha o dia a dia da gestão municipal, o episódio foi mais um envolvendo a vacinação. O grupo alega que a população cresceu na pandemia, já que o município passou a ser usado como refúgio de moradores da região metropolitana da capital, e que houve vacinação de pessoas de outras cidades.

A reportagem não conseguiu contato com a secretária da Saúde nesta terça. Funcionários da pasta disseram que a cidade, assim como outras, estão enfrentando desfalque de doses e que, após o tumulto da última semana, em vez de abrir a imunização para a faixa de 50 a 59 anos, agora estão sendo chamados moradores de 58 e 59. A mudança, segundo os servidores, ocorreu a pedido da população.



Publicado em Tue, 22 Jun 2021 20:30:00 -0300







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