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Ex-primeira-dama dos EUA Rosalynn Carter morre aos 96 anos

Por: FOLHAPRESS -
19/11/2023 às 21:30
Brasil e Mundo

BOA VISTA, RR (FOLHAPRESS) - A ex-primeira-dama dos Estados Unidos Rosalynn Carter morreu neste domingo (19). A informação foi divulgada pelo Carter Center, uma ON...


BOA VISTA, RR (FOLHAPRESS) - A ex-primeira-dama dos Estados Unidos Rosalynn Carter morreu neste domingo (19). A informação foi divulgada pelo Carter Center, uma ONG criada por Rosalynn e o marido, o ex-presidente americano Jimmy Carter, 99.

"Amplamente reconhecida como uma líder defensora da saúde mental e do cuidado, a ex-primeira-dama Rosalynn Carter foi ativamente dedicada à construção de uma sociedade mais solidária", publicou a organização.

Nesta sexta-feira (17), a família havia informado que Rosalynn começara a receber cuidados paliativos em sua casa, onde o marido também recebe o mesmo tipo de atendimento de saúde. Rosalynn recebeu em maio um diagnóstico de demência. Em fevereiro, a família já havia anunciado que o ex-presidente também passaria a receber cuidados paliativos em casa na cidade de Plains, no estado da Geórgia, após passar por uma série de internações.

Carter, um democrata que governou os EUA de 1977 a 1981, tornou-se o ex-presidente americano vivo mais velho da história após a morte de George Bush no final de 2018, aos 94 anos. Rosalynn e Jimmy são o casal presidencial americano que há mais tempo ficou casado. O matrimônio foi selado em 1946, quando ele tinha 21 anos, e ela, 18 —o casal teve quatro filhos.

Rosalynn teve um papel preponderante como primeira-dama, mas o início da história dos laços pessoais e profissionais quase simbióticos com Jimmy começou muito antes da eleição presidencial de 1976, quando ele venceu o republicano Gerald Ford.

A mãe de Jimmy, que era enfermeira, foi responsável pelo parto de Rosalynn. Dias depois, Jimmy, à época com dois anos, foi levado pela mãe para "espiar no berço e ver o mais novo bebê da nossa rua", segundo o próprio ex-presidente afirmou em sua autobiografia "A Full Life, Reflections at Ninety" (uma vida completa, reflexões aos noventa, em tradução livre), de 2015. Jimmy já se referiu à esposa como uma "extensão quase igual" de si mesmo.

Rosalynn foi a mais ativa primeira-dama americana desde Eleanor Roosevelt, envolvendo-se nos assuntos do país para além da saúde mental —principal bandeira que escolheu levantar— e manteve olhar atento sobre a política, uma esfera do trabalho que seu marido costumava ignorar, segundo o jornal The New York Times.

A primeira-dama tinha o costume de participar das reuniões de gabinete na Casa Branca e viajava para o exterior para encontros com chefes de Estado em visitas que não eram consideradas meramente simbólicas. Ela também participava de reuniões diárias do Conselho de Segurança Nacional.

O casal tinha um almoço semanal para discutir políticas públicas, e a caligrafia de Rosalynn está presente em muitos rascunhos de discursos e pronunciamentos de Jimmy.

"Eu fui mais uma parceira política do que uma esposa política", ela escreveu em suas memórias, "First Lady from Plains" (primeira-dama de Plains), publicadas em 1984. Ela se referia aos seus anos como primeira-dama da Geórgia —Carter foi governador do estado—, mas a descrição se aplica também ao mandato na Casa Branca.

"Quando eu chego em casa muito desanimado", disse Jimmy ao New York Times em 1979, "ela ouve apenas algumas palavras, olha para mim e diz que eu tenho um problema com isso ou aquilo. Ela sabe o suficiente sobre o contexto desse problema para que eu não precise passar duas horas explicando para ela."

Desde que deixou a Casa Branca, o casal permaneceu ativo na sociedade americana, em especial com trabalho humanitário realizado por meio do Carter Center, fundado em 1982.

A instituição tem como objetivo o incentivo a campanhas de vacinação, resolução de conflitos, processos eleitorais democráticos e direitos humanos. Entre os vários projetos de grande e pequena escala do Carter Center, a instituição promoveu o reforço de instituições como comissão de direitos humanos das Nações Unidas, tem iniciativas de erradicação de doenças parasitárias e oferece bolsas para jornalismo focado em saúde mental.

Rosalynn também fundou, pouco após deixar de ser primeira-dama, um instituto que leva seu nome e é voltado para oferta de apoio e financiamento para cuidadores nos Estados Unidos.

A iniciativa fez parte de uma agenda em que se engajou em Washington para aprovar projetos de lei que aumentassem gastos públicos com serviços de saúde mental para comunidades pobres dos EUA.

Rosalynn e Jimmy moravam juntos em Plains, a pequena cidade onde os dois nasceram, casaram-se e viveram antes do início da vida política do democrata. Sua última aparição pública ocorreu em setembro, quando o casal encontrou moradores durante um evento que homenageava o passado de Carter no cultivo local do amendoim, segundo relato da rede britânica BBC.



Publicado em Sun, 19 Nov 2023 21:29:00 -0300







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