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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O goleiro Fernando Prass, 41, afirmou, em entrevista coletiva nesta terça-feira (10), que sua saída do Palmeiras foi motivada por uma questão administrativa traçada por Alexandre Mattos, ex-diretor de futebol do clube alviverde, e não necessariamente por razões técnicas.
Para a temporada de 2020, o Palmeiras planejava manter apenas um de seus goleiros mais experientes, Prass ou Jaílson, além do atual titular Weverton e do jovem Vinicius Silvestre, 25, revelação da base palmeirense que voltará de empréstimo do CRB para ser a terceira opção no elenco.
Em dezembro de 2018, os dois arqueiros mais velhos viam seus contratos chegarem ao fim. O vínculo de Prass foi renovado então por um ano. Já o acordo com Jailson foi estendido por mais duas temporadas —esta informação, no entanto, foi ocultada pelo clube para evitar repercussão negativa.
Na ocasião, o Palmeiras registrou Jailson por apenas mais um ano no BID (Boletim Informativo Diário) da CBF e fez um contrato de gaveta referente à temporada seguinte, a de 2020. A saída de Prass estava encaminhada, portanto, há um ano, mas o caso veio à tona só agora após reportagem do UOL Esporte.
"A minha saída foi mais uma questão administrativa do que técnica. O antigo diretor [Mattos] teve uma estratégia contratual que deixou meu destino selado. Então, conversando com o presidente [do Palmeiras, Maurício Galiotte], pelo o que se criou, eu não tinha possibilidades de ficar aqui e não queria atrapalhar o planejamento", afirmou o goleiro.
"Teve uma época que eu tive alguns pedidos de entrevistas negados e, em certo momento, me disseram que era porque eu estava em fim de contrato. Conversando casualmente com o [zagueiro Edu] Dracena e o Jailson, eu toquei no assunto e perguntei se eles estavam tendo entrevistas negadas pelo fim de contrato. E o Jailson disse que já tinha um acerto para o ano que vem. Depois saiu uma matéria no UOL falando disso tudo. Em reunião com o Alexandre, ele disse que precisaria resolver meu destino. O meu empresário depois perguntou dessa situação do Jailson, e o Alexandre disse que não existia", completou.
Prass ainda relembrou que, sob a gestão de Alexandre Mattos, sempre teve dificuldades para renovar e lembrou que sempre precisou de alguém convencendo o diretor a renovar seu contrato. "Em 2015, o [ex-presidente Paulo] Nobre bateu o pé para eu ficar. Em 2017, foi o Galiotte que me chamou e disse que resolveria. E agora em 2018, o Felipão pediu a minha renovação, do Jailson e do Dracena", afirmou, para depois ser perguntado se tinha algum problema pessoal com Mattos.
"Eu nunca tive problema nenhum. Ele sempre me procurou para falar de certos assuntos. Agora, eu simplesmente fui sincero e cristalino e agradeci às pessoas que fizeram força para eu ficar; me esqueci de uma ou outra, mas essas são as pessoas que eu agradeci", disse.
Inicialmente, Prass não teria nenhum evento de despedida do Palmeiras. Ele foi avisado de que não continuaria no clube na última sexta-feira (6). Na sequência, o goleiro, que ficaria sem a chance de falar no clube sobre sua saída, comunicou o adeus através das redes sociais.
Os seguidos pedidos de torcedores, no entanto, mudaram a situação e fizeram o goleiro poder se despedir nas dependências do Palmeiras. Na coletiva na Academia de Futebol, Prass ainda recebeu uma placa e uma camisa enquadrada das mãos de Galiotte.
Em seis temporadas pelo Palmeiras, Fernando Prass atuou em 274 partidas e conquistou quatro títulos —a Série B, a Copa do Brasil e um bicampeonato brasileiro. em 2016 e 2018. O jogador, que planejava encerrar a carreira no Palmeiras, ainda pretende seguir atuando e avalia propostas.

Publicado em Tue, 10 Dec 2019 15:29:00 -0300