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Bióloga e docente da UNESP de São José do Rio Preto. Integrante do coletivo Mulheres na Política, do grupo Com Ciência do IBILCE e do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de São José do Rio Preto.
Foto por: Arquivo pessoal
Bióloga e docente da UNESP de São José do Rio Preto. Integrante do coletivo Mulheres na Política, do grupo Com Ciência do IBILCE e do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de São José do Rio Preto.

O que pensam as jovens mulheres

Por: Eliane Gonçalves de Freitas
08/03/2022 às 14:00
Artigos

As comemorações do Dia Internacional da Mulher são importantes para que lembremos dos direitos que conquistamos e dos feitos pioneiros de mulheres que nos antecederam na história mundial, as quais continuam a nos inspirar


As comemorações do Dia Internacional da Mulher são importantes para que lembremos dos direitos que conquistamos e dos feitos pioneiros de mulheres que nos antecederam na história mundial, as quais continuam a nos inspirar. Mas, apesar dessas conquistas, ainda há muito o que lutar para que os direitos e respeito às mulheres sejam efetivamente implantados em nossa sociedade. Nesse contexto, acho importante conhecer o que pensam as jovens mulheres, pois são elas que irão direcionar as mudanças no futuro e, sem dúvida, é por elas que nos mantemos fortes.

Conversando com algumas jovens entre 16 e 21 anos, descobri um pouco sobre o que elas pensam. Obviamente, elas concordam que houve ganhos nos últimos anos pois, ainda que seja aos poucos, as mulheres têm conseguido conquistar seus espaços em diferentes tipos de trabalho, esportes e cargos políticos. Além disso, a maioria das mulheres das novas gerações não aceitam mais o que era imposto em épocas passadas, desmistificando, por exemplo, alguns estereótipos de mulheres submissas e aumentando o número de mulheres que entendem que podem e devem procurar ajuda em situações de violência. Dessa forma, percebemos um efeito positivo de campanhas nacionais e locais, além da importância do fortalecimento de organizações específicas para atendimento e defesa dos direitos da mulher.

O cenário atual, no entanto, ainda apresenta situações cotidianas que incomodam muito as jovens mulheres. A que mais aborrece, e até gera sentimentos de tristeza e ódio nas meninas, é a falta de liberdade para andar sozinhas nas ruas pois, mesmo um grupo de mulheres, precisa se preocupar com todo homem que passa. É um sentimento bem próximo de pavor que surge justamente pelas situações de assédio já vividas por algumas delas e, também, dos olhares constrangedores vindos de homens adultos de diversas idades. Isso faz com que as meninas pensem muitas vezes antes de sair de casa sozinhas e se sintam impotentes diante da liberdade tolhida.

 Entre tantas mudanças importantes, algumas das quais as meninas almejam para o futuro próximo incluem ações mais eficazes para conscientizar os meninos sobre as situações de medo e desrespeito que as mulheres vivenciam. Por exemplo, ações relacionadas à educação, para debater desde cedo as consequências do machismo enraizado em nossa sociedade. Ações para mudar o costume de objetificar e hiper sexualizar corpos femininos, além de acabar com o hábito de subestimar o intelecto e a força física das mulheres. Ações que permitam que a mulher tenha o poder de decisão sobre seu corpo, eliminando repetidas humilhações mediante casos de estupro.  Essas jovens também querem mais mulheres em cargos de máxima liderança de grandes empresas e defendem que a participação de mais mulheres (em especial as feministas) na política é um passo poderoso na caminhada por nossos direitos.

De maneira breve, percebemos que olhar para os anseios das jovens mulheres é um caminho necessário para a implementação de políticas públicas que garantam uma sociedade mais cooperativa e menos violenta. Lutemos juntas para que todas as meninas do mundo vivam em uma sociedade mais justa, na qual nenhuma mulher tenha que reivindicar direitos óbvios.

Agradeço Beatriz Freitas, Raquel Oliveira, Sarah Prado e Yasmin Crespo pela colaboração.

Eliane Gonçalves de Freitas é bióloga e docente da UNESP de São José do Rio Preto. Integrante do coletivo Mulheres na Política, do grupo Com Ciência do IBILCE e do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de São José do Rio Preto.







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