O filme conta a história de como o escritor e professor teve as inspirações para escrever suas histórias. Além de, claro, momentos marcantes de sua vida que influenciaram suas obras.
Muitos acreditam que gênios criam suas obras a partir de pensamentos ou acontecimentos extraordinários, e ‘Tolkien’ mostra exatamente o contrário. Para ele, são as coisas simples da vida que influenciam naquilo que seremos ou naquilo que fazemos.
No caso do protagonista, simples histórias contadas por sua mãe acompanhadas de luzes e sombras, um grupo de amigos, o amor e até mesmo a guerra, são pequenos detalhes que trouxeram inspirações para sua façanha.
A direção é de um não muito conhecido, o finlandês Dome Karukoshi. Ele consegue retratar bem a época, tanto nos figurinos, quanto nos cenários (perceba a faculdade, as casas e até mesmo as trincheiras da guerra).
Karukoshi mantém uma direção simplista, nada de novo ou inovador, porém, algo pode definir todo seu trabalho: menos é mais. Melhor fazer o "feijão com arroz” do que querer colocar misturas sem sentidos, e ele parece entender isso; mas de vez em quando coloca uns "tomperros” interessantes, que nos faz lembrar ícones dos filmes de 2001/2002/2003.
Algumas coisas fascinam ao pensar na imaginação de Tolkien. Seus livros – ou filmes, muito mais conhecidos pela maioria – tratam-se de amizade, viagens e aventuras. Tudo o que o próprio vivenciou. Por exemplo, ele quando mudou do campo para a cidade, a decepção e o desprezo são nítidos nas expressões do menino. E então percebemos que os hobbits (basicamente protagonistas de suas obras) vivem em lugares com predominância da natureza. Que coisa não?
Além do mais, toda boa obra possui não apenas esforço, mas também tempo e estudo. Conforme a história vai sendo contada, notamos que Tolkien não só amava idiomas, como também se dedicava e estudava intensamente – ele até criou o seu próprio, oras. Do mesmo modo, a construção de seu "império” não ocorreu do dia para a noite. Foi algo que durou anos. Mas que, convenhamos, valeu muito a pena.
Caso esteja pensando em maratonar os excelentes ‘O Senhor dos Anéis’ (que acho muito improvável), vale a pena conferir a história de seu criador antes. É interessante.
A produção ainda não está no catálogo da Netflix. Mas no cardápio do Telecine e até mesmo em locadoras (sim, elas ainda existem), pode-se encontrar facilmente.
Bom filme!