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Fabiano de Jesus respondeu, ao todo, cinco processos de sindicância interna, abertos entre 2015 e 2018. Os resultados dos últimos três foram publicados neste sábado (19) no Diário Oficial do Município, com duas conclusões apontando para demissões e uma determinando suspensão por 30 dias.

De acordo com o documento, o presidente reeleito da Atem (Associação dos Trabalhadores da Educação Municipal) foi demitido com base em cinco itens do estatuto do servidor público: comportamento desidioso (preguiçoso); exercer, com zelo e dedicação, as atribuições do cargo, emprego ou função; observar as normas legais e regulamentares; cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; ser assíduo e pontual ao serviço.

A suspensão por 30 dias foi expedida por "não levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo, emprego ou função”.

 Entre os processos considerados mais graves pelas comissões de sindicância, um se refere a "abandono de serviço sem aviso prévio para atividades de militância sindical e outras”. Umas destas atividades foi um protesto na porta da sede da Prefeitura em favor dos moradores da favela da Vila Itália. 

Fotos mostraram que o servidor estava no ato no horário em que deveria estar no trabalho, segundo a apuração. 

Em outro, Fabiano de Jesus teria enviado e-mails para servidores municipais solicitando documentos sem respeitar trâmites e exigências formais da Secretaria da Educação. 

Segundo o secretário de Administração, Luís Roberto Thiesi, as decisões são das comissões especiais criadas para avaliar os casos. E sempre unânimes, dos três membros de carreira, do próprio secretário e do prefeito Edinho Araújo (MDB). 

"Eu e o prefeito acatamos a pena proposta pelas Comissões Processantes. Pela lei, minha competência vai até a suspensão. Demissão, exige comissão processante, mais o secretário e o prefeito”, explica Thiesi. 

A reportagem do DLNews tentou contato com o sindicalista Fabiano de Jesus por meio de ligação telefônica e via Whatsapp durante toda a manhã deste sábado (19), mas não obteve retorno. 

Outro Lado 

Segundo Fabiano de Jesus, os processos administrativos que levaram à dele são dois. "Um é sobre minha atuação no Fundeb, que eu fiquei responsável por elaborar o parecer sobre a análise técnica das contas do município. E eu enviei e-mail coletivo para as escolas e para os contatos que eu tinha solicitando informações e, posteriormente, o conselho acatou o meu parecer e reprovou as contas do Fundeb do município. Então essa foi uma resposta do governo, que está tentando amedrontar as pessoas", diz ele.  

"O outro processo é sobre minha participação nas mobilizações da Vila Itália, na organização da denúncia da situação dos anjos da guarda, que o governo retirou das escolas. Basicamente, ele está questionando que servidor público não não pode ser leal à instituição. De fato, o servidor público não pode se manifestar contrário a essa atual administração, mas estamos tranquilos e vamos fazer os recursos necessários e continuar como sempre. Mas, particular à minha pessoa, o governo tirou as algemas do medo que as pessoas tinham. Eu particularmente não tenho essas algemas mais. Nós sempre vamos atuar defendendo os trabalhadores e denunciando todas as irregularidades do município", completa o sindicalista.