De direita, Branco chupou símbolo comunista em postagem polêmica

Foto por: Reprodução

Pôster soviético de defesa contra intervenção imperialista, 1941.

De direita, Branco chupou símbolo comunista em postagem polêmica

Por: Redação

22/07/2021 às 16:51

Bastidores

Imagem que vereador de Rio Preto publicou e que rendeu protestos em série é uma adaptação de símbolo do regime comunista soviético

A polêmica imagem postada pelo vereador Anderson Branco (PL), de uma mão branca e forte impedindo uma mão demoníaca, com as cores da bandeira LGBTQIA+, de atacar uma família, é, na verdade, adaptação de cartaz de propaganda do regime comunista soviético, de 1941, com os dizeres "Esteja Vigilante", numa referência a possíveis, supostos e esperados espiões e intervenções "imperialistas" do mundo capitalista, numa época em que o mundo vivia dividido entre comunistas e capitalistas. Mais curioso, é que Branco, evangélico e bolsonarista, sempre que pode se gaba de ser contra o "comunismo" e o "socialismo".

No cartaz original, uma mão forte, totalmente vermelha, impede uma mão demoníaca de avançar sobre o estado soviético. Essa é apenas uma das centenas de iconografias desenvolvidas ao longo do domínio comunista da extinta União Soviética. Como se sabe, a propaganda iconográfica estatal era a principal arma do regime soviético para doutrinar a população a favor do sistema político idealizado por Lenin e levado a cabo por Stalin.

Atualmente, a iconografia soviética é considerada elemento "cult" em lojas virtuais que comercializam cartazes, vestuários e utensílios da extinta União Soviética, um dos regimes ditatoriais que mais matou pessoas na história. Durante a vigência do regime de Stalin, mais de 8 milhões de soviéticos tombaram em frentes de batalha e campos de trabalho forçado, além dos opositores que foram enviados para prisões na Sibéria, como Goulag.

Como já é praxe nas propagandas bolsonaristas, quase sempre com conteúdo de teor fundamentalista religioso, Branco se aproveitou justamente de uma imagem "comunista" para adaptar às suas convicções religiosas e homofóbicas.

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Após a polêmica, Branco decidiu apagar as postagens.