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Crítica: ’Liga da Justiça de Zack Snyder’ é emocionante do começo ao fim

Por: Miguel Flauzino
28/03/2021 às 18:41
Cultura e Diversão

O mais interessante em Snyder Cut é perceber o triunfo que os fãs e diretor tiveram em cima de um estúdio hollywoodiano simplesmente gigante


Com a mesma estrutura do medíocre Liga da Justiça de 2017, aqui Snyder dispõe de mais tempo para estabelecer ideias, conceitos e desenvolvimentos. Dividido em capítulos, o longa foi inteligente nesta atitude, já que essas "pausas” dão certo fôlego para o espectador – me lembrou das estruturas narrativas dos quadrinhos, já que normalmente são divididos em seis capítulos também (que coincidência, não?). Todavia, por mais que as 4h sejam orquestradas de forma inteligente e eficaz – em sua maioria – não há como não notar as várias cenas que poderiam ser descartadas tranquilamente, e isso sem que o resultado final seja comprometido. É compreensível que Snyder quis soltar tudo que tinha dentro da sua cabeça, mas os inúmeros momentos que não movem a história para frente se tornam quase enfadonhos.


Com mais tempo de produto, houve, automaticamente, um maior desenvolvimento para os personagens. Este feito torna a história muito mais rica e interessante, e não somente para o espectador, mas também para seu resultado final. Antes, se o longa disponibilizava um vilão genérico enfrentando heróis sem motivações intrigantes, agora, presenciamos um vilão – ainda genérico – mas com incentivos coerentes e com um tempo maior que evidencia e solidifica sua autoridade e poder. Paralelamente, os heróis também recebem progressos mais interessantes que tornam suas personalidades mais complexas; todo conflito, seja físico ou mental, faz mais sentido e se transforma em algo entusiasmante ou até mesmo emocionante.

Se estamos assistindo a um filme de Zack Snyder de uma coisa pode-se ter certeza: os momentos de ação serão do caramba (sim, do caramba), e claro, vai ter muita câmera lenta. Os desenvolvimentos e apresentações são longos, digamos, mas quando presenciamos a ação, Snyder oferece aquilo que já esperamos dele: coreografias bem feitas e excelentes sequências. O diretor, que já mostrou-se um ótimo artista nesta área (300, Watchmen, Sucker Punch…), guia bem a câmera, fazendo com que o espectador não fique confuso e acompanhe todos os momentos do melhor ângulo possível.

Entretanto, enquanto seus primeiro e segundo atos consistem, em sua maioria, no desenvolvimento dos personagens, quando chegamos ao último presenciamos algo belíssimo. Por mais que o cenário esteja composto por paletas frias, quase beirando o preto e branco, Snyder não deixa essas características tornarem a estética sem graça ou até mesmo saturada. Tudo fica muito bem definido e visível. Ainda mais, o protagonismo é dividido perfeitamente para cada personagem, com momentos gloriosos e arrepiantes para cada um. É como se a batalha estivesse ocorrendo ao vivo e ele não perdesse nenhum momento. É de fato um filme de uma equipe.

Outro belo elogio que não posso me esquecer são as trilhas sonoras de Tom Holkenborg. Elas solidificam a ideia de deuses para os heróis, mas isso em um tom peculiar, divergindo perfeitamente o tema para cada personagem. Perceba quando Jared Leto (Coringa) começa a falar e um piano surge com uma melodia duvidosa, potencializando a sensação de estranheza, e isso se torna ainda mais eficaz quando a fotografia nos entrega um enquadramento que varia nos foques e desfoques, e tão próxima que causam desconfortos. Ou ainda o coral erudito quando a Mulher-Maravilha aparece, o riff de guitarra para Batman, sintetizador para o Flash, entre outros.

Não há como negar que como um todo, Liga da Justiça de Zack Snyder é (obviamente superior que o de 2017) uma produção que ficará na memória de muitos e até mesmo na história deste subgênero, isso – como disse no início do texto – tanto por sua superação quanto por sua belíssima e incrível execução.

É como se Snyder tivesse, de fato, feito uma belíssima canção na qual a palavra "halellujah” se repetisse inúmeras vezes, e mesmo depois de ter parado de tocar ele pôde perceber que o público gigantesco em sua frente continuava cantando.

Nota: 4/5 (Ótimo)









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