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Tratamento de Diniz com Dani Alves incomoda jovens do São Paulo

Por: FOLHAPRESS - PEDRO LOPES E THIAGO FERNANDES
27/01/2021 às 17:00
Esportes

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O estilo enérgico de Fernando Diniz, outrora visto como algo natural nos bastidores do São Paulo, agora ganha outra impressão na...


SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O estilo enérgico de Fernando Diniz, outrora visto como algo natural nos bastidores do São Paulo, agora ganha outra impressão na rotina do CT da Barra Funda. A diferença no trato com os jogadores causa ruído para parte do elenco, especialmente no que se refere à forma como o técnico lida com Daniel Alves.
Se o técnico costuma se exaltar com os seus comandados às margens do campo durante os jogos, o mesmo vale para os treinamentos, ainda mais de portas fechadas em tempos de pandemia. As broncas, com a bola rolando, são direcionadas até para jogadores já bem estabelecidos em suas carreiras, os chamados "medalhões".
A situação era vista de forma comum no cotidiano. Entretanto, desde o episódio envolvendo o xingamento a Tchê Tchê, na derrota por 4 a 2 para o Red Bull Bragantino, no último dia 6, o ponto de vista de um grupo de jogadores foi alterado.
O episódio deixou marcas e mudou o ambiente no CT. Diniz passou alguns dias mais retraído, antes de retomar um perfil mais vibrante na comunicação com a maioria dos atletas quando a bola está rolando. Em que pese a oscilação de humor do treinador, o time não teve resposta em campo: em 2021, ainda não sabe o que é vitória e agora vê o Internacional com quatro pontos de vantagem na liderança.
Em meio a este turbilhão de emoções, uma constante: a ala mais jovem do grupo entende que Diniz costuma poupar o camisa 10 de broncas em público, mesmo em jornadas que erros do meio-campista resultem diretamente em gols do adversário. Diversas fontes ligadas ao elenco tricolor paulista detalham a situação. Há um incômodo pela diferença de tratamento.
A relação entre Daniel Alves e os seus companheiros, contudo, é tida como positiva. Há quem o compare a Rogério Ceni na liderança exercida no vestiário. O veterano costuma aconselhá-los e ajudá-los em decisões diárias. Porém, é visto como alguém protegido pelo treinador em momentos de chamada de atenção.
Luciano, Brenner, Gabriel Sara, Tchê Tchê, Luan, Arboleda e outros jogadores de diferentes idades e trajetórias já receberam broncas estridentes do comandante em dias de jogos. A ausência de público nos estádios, por conta da pandemia do novo coronavírus, deixa situações como essas mais evidentes.
Os membros mais longevos do departamento de futebol e com boas relações com os atletas, como o executivo de futebol Raí, estão cientes desse incômodo gerado no elenco. No entanto, há também na direção uma visão de que Diniz é um profissional que se preocupa com os seus jogadores e tenta ouvi-los diariamente, em conversas separadas, a fim de ajudá-los na evolução do futebol, especialmente aqueles em início de carreira.
A diferença de tratamento diária entre cada atleta também é um ponto observado como algo natural por lideranças do departamento de futebol. Os integrantes da pasta creem que a história de cada jogador deve ser respeitada e que isso faz diferença no momento em que o técnico decide conversar com os seus comandados. A forma de lidar com cada atleta, portanto, varia conforme a carreira de cada um deles.
O técnico tenta trabalhar como um conselheiro de seus comandados, visando o crescimento individual, sobretudo no aspecto extracampo. Essa preocupação do comandante, inclusive, foi tema de entrevista coletiva de Daniel Alves após a goleada por 5 a 1 sofrida para o Internacional, na última quarta-feira (20), em pleno Morumbi.
"Eu acredito que as pessoas que conhecem bem o Diniz sabem da hombridade que ele tem, sabem do amor e carinho que tem por seus atletas e sabe que tem um jeito de ser que ou você ama ou você odeia", afirmou.
"Mas as pessoas que estão aqui, que conhecem e trabalham com o Diniz, sabem que o melhor que pôde acontecer na vida deles é ter um Diniz, porque é uma pessoa que instiga os seus comandados a serem melhores todos os dias. O Diniz prepara as pessoas para a vida. Elas vão poder executar bem nos seus trabalhos, vão poder ser bons pais, bons filhos, bons maridos."
"As pessoas que viram aquele fato suceder com o Tchê Tchê, naquele momento pontual... Sempre é levado massivamente pela TV, pelos intérpretes, mas é porque vocês não conhecem o Diniz no dia a dia, senão vocês teriam uma outra impressão, acho que até pior do que essa, porque o tanto que [ele] cobra e o jeitão dele de ser...", disse.
"A gente quer muito esse cara, a gente ama muito esse cara, porque quem dera se todo ser humano tivesse um Diniz na sua vida. Com certeza, eles seriam melhores, sem dúvida nenhuma", concluiu.

Publicado em Wed, 27 Jan 2021 16:54:00 -0300







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