MP vai acompanhar vacinação da Funfarme para intimidar fura fila

Foto por: Câmara Municipal de Rio Preto

Promotor de Justiça Sérgio Clementino

MP vai acompanhar vacinação da Funfarme para intimidar fura fila

Por: Maria Elena Covre

22/01/2021 às 19:00

Bastidores

Promotor Sérgio Clementino recebe documento com critérios adotados em meio a guerra interna na instituição provocada por profissionais que querem passar na frente

De olho em fura fila 1

O promotor de Justiça de Rio Preto, Sérgio Clementino, solicitou e já recebeu nesta sexta-feira (22) documento oficial da Funfarme no qual consta quais os profissionais que terão direito às primeiras 7 mil doses da Coronavac que a instituição recebeu na terça-feira (19). O lote é suficiente para imunizar 3,5 mil pessoas, uma vez que são necessárias duas doses num intervalo médio de 21 dias.

De olho em fura fila 2

A medida ocorre após o DLNews revelar nesta quinta-feira (21) que uma verdadeira guerra civil interna se instalou dentro do complexo que inclui Hospital de Base (HB), Hospital da Criança e Maternidade (HCM) e Faculdade de Medicina de Rio Preto por causa da vacina.

Guerra interna

Profissionais fora do chamado grupo prioritário, entre os quais médicos afastados das atividades desde o início da pandemia, estão pressionando diretores e integrantes do comitê de vacinação para se vacinarem antes dos funcionários que de fato atuam na linha de frente do atendimento à Covid. Alegam que, por serem mais velhos, correm mais riscos.

Só linha de frente

O critério da entidade foi traçado pelo comitê interno. No documento enviado ao promotor Sérgio Clementino, a Funfarme informa que para a aplicação da primeira dose, de 20 a 23 de janeiro, "convocou os profissionais que atuam nas unidades Covid (URs, UTIs e enfermarias), cumprindo recomendação da Secretaria de Estado da Saúde”.

Segunda etapa

Ainda segundo a entidade, "para a segunda fase estão convocados os colaboradores com vínculos empregatícios Funfarme e/ou Famerp, que estão exercendo atividade exclusivamente acadêmica e SUS, na faixa etária de 50 anos ou mais e que não estejam afastados de suas atividades, sendo eles: médicos, enfermeiros com atuação na assistência, auxiliares e técnicos em enfermagem que atuam na assistência, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, técnicos e auxiliares dos setores de exames, técnicos de gesso, profissionais na coleta de laboratório, operacionais nas áreas assistenciais, auxiliares de limpeza, motoristas que transportam pacientes com Covid, dentistas e auxiliares odontológicos, profissionais da coleta do Hemocentro".

No processo

"Estamos acompanhando todo o processo”, diz Clementino, que é o representante do Ministério Público que integra o conselho de acompanhamento da Funfarme.

Até negacionistas 1

A tensão interna provocada pelas tentativas ostensivas, e até agressivas, por privilégios no recebimento a vacina foi citada novamente pela médica Lilia Nigro em entrevista à rádio CBN na manhã desta sexta. Segundo a médica, que tem liderado movimentos pró-vacina nas redes sociais, "os negacionistas da Covid” têm sido os mais afoitos.

Até os negacionistas 2

"Desde que a vacina chegou, muitos negacionistas que batiam no peito e diziam que não iam tomar, agora tá tentando furar fila. Então, é tudo da boca pra fora. É mais posição política do que sentimento real. Porque no fundo, todo mundo está acostumado a tomar vacina, desde que nasceu. E todo mundo sabe que vacina não é perigosa. Mas, politicamente, interessa manter esse tipo de negacionismo. Mas, na prática, muita gente que eu conheço, que está em rede social falando contra a vacina está tentando furar a fila do Hospital de Base para tentar tomar a vacina antes dos profissionais de saúde que atuam na linha de frente”, afirmou a médica.