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Informalmente, diz especialista, brasileiro adotou ’voto facultativo’
Foto por: Senado Federal / Divulgação
Informalmente, diz especialista, brasileiro adotou ’voto facultativo’

Desilusão política ’vence’ em 8 das 10 maiores cidades da região de Rio Preto

Por: Heitor Mazzoco com Folhapress
17/11/2020 às 19:26
Política

Em Rio Preto, maior colégio eleitoral da região, 129.185 eleitores não quiseram votar em nenhum candidato


Na eleição do último domingo (15), 283.823 pessoas se abstiveram, votaram branco ou anularam nas 10 maiores cidades da região de Rio Preto, segundo levantamento feito pelo DLNews junto aos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Abstenção, branco e nulo foram superiores ao número de votos recebido por oito dos 10 candidatos eleitos nestes municípios. Em Rio Preto, maior colégio eleitoral da região, 129.185 eleitores não quiseram votar em nenhum candidato. Apenas abstenção, Rio Preto registrou índice de 31,33% (104.172 eleitores). O prefeito Edinho Araújo (MDB), reeleito no último domingo, obteve 111.525 votos.

Em Catanduva, abstenção, branco ou nulo também foi maior que o número de votos do candidato eleito, Padre Osvaldo (PSDB). Na segunda maior cidade da região, 31.969 eleitores não quiseram saber de nenhum candidato. O tucano foi eleito com 20.981 votos.

Apenas em Olímpia e Novo Horizonte as abstenções não foram maiores que o número de votos que os políticos eleitos (veja gráficos abaixo).

Especialistas

"A taxa de abstenção cresceu tanto no Brasil nessa eleição que acho que o país pode ter adotado, informalmente, o voto facultativo", afirma o cientista político Antonio Lavareda. "O eleitor que não foi votar nessa eleição muito provavelmente não vai votar na próxima se não se vir motivado."

Érica Anitta Baptista, doutora em ciência política pela Universidade Federal de Minas Gerais, diz que era esperado que os números de abstenções deste ano fossem maiores em razão da pandemia e que a porcentagem é elevada para um país com voto obrigatório.

"Na eleição de 2016, a gente já teve um número considerável de abstenções em um cenário que não tinha pandemia. Não tinha nenhum impedimento para as pessoas irem votar e muito dessa alta abstenção de 2016 foi a descrença mesmo", afirma a especialista. 

Ao mesmo tempo, Baptista questiona quão decisiva foi a pandemia no aumento visto das abstenções e diz acreditar que a descrença no sistema político e em candidatos ainda pesa nas taxas de ausência de eleitores.  Todas as capitais do país registraram aumento nas abstenções em comparação ao primeiro turno das eleições de 2016 e algumas atingiram quase o dobro do índice anterior.










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