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CRÍTICA: ‘A Caminho da Lua’, animação da Netflix, apresenta estética graciosa, mas roteiro falho

Por: Miguel Flauzino
06/11/2020 às 08:55
Cultura e Diversão

"Seguir em frente”. Esta frase define a mensagem inteira de ‘A Caminho da Lua’ e, apesar de comunicá-la de uma forma interessante, o longa dispõe de um roteiro cheio de buracos. Buracos que nem sequer apresentam um esforço para serem tampados.


A pequena Fei Fei escutava desde criança a história da deusa da lua. Depois de sofrer uma grande perda, a menina resolve viajar até a lua com o intuito de comprovar a existência da divindade para seu pai.

Inspirado integralmente na cultura oriental, a nova animação da Netflix apresenta cores quentes e fortes que retratam bem o status de seus lugares e personagens – perceba que a deusa sempre está vestida com algo chamativo, mas quando passa para um momento mais isolado e triste, o branco sobressai em suas vestes e a maquiagem até mesmo some.

Ainda mais, esteticamente a produção impressiona através de suas paletas vibrantes, que chegam a brilhar os olhos do espectador. Todavia, estas qualidades não se comparam nem de perto a de grandes animações como ‘Divertida Mente’, ‘Viva – A Vida é uma Festa’, entre outras. Além disso, há uma influência nítida com a música tema de ‘Frozen 2’, onde uma voz feminina guiava a personagem ou apenas permeava o fundo da trilha sonora.

Entretanto, existem falhas tão escandalosas que comprometem o resultado final da obra. A primeira me deixa com uma pulga atrás da orelha, já que vem se tornando praticamente um bordão de animações: agora sempre introduzem um animal de estimação fofinho. 

Esta opção, que pela repetitividade vem se revelando incômoda, serve como um escape do roteiro para obter certos alívios cômicos e conquistar olhares de meiguice do espectador.

Outro fator, na verdade o maior de todos, está na história de ‘A Caminho da Lua’. Se posso fazer uma piada estilo meu vô de 76 anos, o exemplo perfeito para refletir esta narrativa seria uma peneira, já que possui incontáveis buracos. 

Quando digo buracos, estou me referindo a inúmeras situações na qual o roteiro não explica suas posições/soluções. Alguns exemplos: os minutos de tela entre Fei Fei e sua mãe não justificam sua enorme paixão pela mesma; a ambição da deusa por um presente não é esclarecido; a forma com que a protagonista encontra a solução de seu último problema é tão repentina e sem qualquer raciocínio lógico que não faz o menor sentido.

Do mesmo modo, as músicas são idealizadas, em sua maioria, por vozes femininas. O único problema desta escolha não são as cantoras, mas sim as composições, que optam por melodias tão agudas que chegam a incomodar os ouvidos. Sem contar que o trabalho de design da animação parece ter se esquecido de caprichar nas expressões faciais em momentos de cantoria.

Resumidamente, ‘A Caminho da Lua’ de fato não entra para as melhores animações da Netflix, tendo em vista que nomes como ‘Klaus’ e ‘Perdi Meu Corpo’ compõem sua plataforma. 

Contudo, existe uma moral intrigante que deve ser lembrada: a perda integra nossas vidas, mas a mesma não deve se tornar um peso permanente. Necessitamos seguir em frente.

Nota: 3/5 (Bom)

Miguel Flauzino é estudante de jornalismo, criador e diretor do estúdio Verona e apaixonado pela Sétima Arte
Foto por: Divulgação
Miguel Flauzino é estudante de jornalismo, criador e diretor do estúdio Verona e apaixonado pela Sétima Arte








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