Dizem que a história se repete e é mais ou menos o que estamos vendo por aqui.
Há cerca de quatro anos, logo após as últimas eleições municipais, lembro-me de um artigo publicado pelo grande mestre da dermatologia brasileira doutor João Roberto Antônio. Ele cobrava dos recém-eleitos dirigentes políticos e também dos investidores da cidade um compromisso real com a viabilização de um centro de eventos tendo como foco o fomento ao turismo científico em São José do Rio Preto.
Doutor João Roberto Antônio falava com propriedade. Foi ele o idealizador e executor de um dos maiores eventos médicos da cidade que, por ironia, foi realizado no Interior Eventos, em Mirassol, porque a cidade não comportava um auditório para os mais de 2 mil médicos inscritos. Palestrantes estrangeiros, médicos de todo o Brasil e do exterior, além de representantes das indústrias farmacêuticas, movimentaram milhares de reais na economia local.
O turismo de negócios e científico é uma fonte de renda considerável. Estudos mostram que turistas a negócios gastam quatro vezes mais que os turistas de lazer.
O alerta do dermatologista, no entanto, não encontrou bons ouvintes e pouco ou nada se fez. Agora, quatro anos e uma novo coronavírus depois, a realidade é diferente. Os efeitos da pandemia mudaram o mundo e o futuro de grandes eventos científicos ainda é incerto.
A forma de transmitir conhecimento está mudando, mas a necessidade de mestres e de um bom conteúdo a ser transmitido permanece inalterada. Considerando que Rio Preto é um centro de excelência em medicina, agronegócios e tecnologia da informação, entre outros segmentos, vale dizer que a oportunidade continua, só devemos descobrir como explorá-la.
Daqui para a frente ninguém sabe ao certo o que fazer, mas o mais preocupante é não ver propostas concretas da política local para olhar com carinho para este segmento que sem dúvida é um grande gerador de riquezas.
Se não quisermos repetir este artigo novamente daqui a quatro anos, vale seguir a frase atribuída a Mahatma Gandhi: "se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova”.
Ester Mendonça é jornalista e empreendedora em comunicação corporativa.