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O jornalista Wilson Guilherme
Foto por: Acervo pessoal
O jornalista Wilson Guilherme

OPINIÃO: Pra onde vai a esquerda de Rio Preto?

Por: Wilson Guilherme
24/10/2020 às 18:45
Opinião

Hoje a esquerda de Rio Preto, com três candidatos a prefeito, luta desesperadamente para colocar um representante na Câmara. Culpa de quem?


Mesmo que historicamente o perfil dominante entre os eleitores seja conservador, a esquerda já viveu dias melhores em Rio Preto. A partir das eleições de 1996, por exemplo, a Câmara chegou a abrigar três vereadores do PT ao mesmo tempo, com e sem coligação. Período em que tem início a dinastia dos Rillo. 

Em 2020, a esquerda (PT, PSOL e PC do B) chega às urnas cambaleante, aos pedaços, desenhando um horizonte sombrio, nada animador. O que é ruim para uma democracia representativa como a nossa.

Em 2008, surfando no ainda bem avaliado governo Lula, o PT chegou ao ápice, quando Rillo Filho saiu das urnas com quase 104 mil votos, perdendo para Valdomiro Lopes, aos 44 do segundo turno, com diferença de cerca de cinco mil eleitores. À época conseguiu apoio de pesos pesados do empresariado nativo, atraídos por contratos junto ao governo federal. 

Esta performance deu sobrevida à esquerda ou à família Rillo, que sempre dominou com mão de ferro o PT de Rio Preto, tipo "a esquerda somos nós”. O expurgo de desafetos durante o longo período de reinado, principalmente por parte de Rillo Pai, contribuiu para o racha que se vê hoje.

Divididos, sem coligação, terão que trabalhar dia e noite com o número inicial de pelo menos 12 mil votos para eleger um vereador. Sim, isso mesmo, hoje a esquerda de Rio Preto, com três candidatos a prefeito, luta desesperadamente para colocar um representante na Câmara. Culpa de quem, cara pálida? Dos Rillo, que buscando sobrevivência política fugiram do desgaste do PT e bandearam-se para o PSOL? Do extremismo da direita que saiu do armário nas eleições de 2018?

Neste mesmo armário, o Centro ficou escondido durante dois anos. Edinho Araújo acaba de resgatá-lo. Ao aglutinar o DEM e o PSDB em torno do seu MDB, o atual prefeito anulou os extremos, tornando ainda mais palatável sua candidatura ao gosto do eleitor rio-pretense.

Enquanto isso, leio que o PSOL tentou unir a esquerda em torno de uma frente, uma caminhada em conjunto. A proposta não vingou, "por culpa do PT”, acusam os pessóis: "chega de sustentar a dinastia Rillo”, respondem os petistas. 

Um momento bem distinto daquele do "povo unido jamais será vencido”. Hoje, cada um segue o seu caminho. "Frente, só se for a minha.” Seguem pra onde, companheiros e camaradas? Como escreveu o poeta, "Não sei por onde vou; Não sei para onde vou; Sei que não vou por aí!”

Ou como diz o  povo, este ser abstrato para os políticos: "às vezes é preciso piorar tudo pra começar a melhorar”

Wilson Guilherme é jornalista 







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