São José do Rio Preto, 8 de outubro de 2020 - Após a publicação, na semana passada, do artigo sobre liberdade de empreender e trabalhar, recebi algumas manifestações de apoio e outras de alerta, como "já contemplamos isso em nossa plano governo”. Palavras genéricas de ordem e progresso, nesse novo mundo, não empolgam mais a massas.
Mas, ao analisar na última semana as entrevistas dos candidatos a prefeito em emissoras de TV e portais de notícia, e de navegar em uma dezena de páginas de candidatos a vereador, não encontrei nenhuma explicação clara e consistentes de como os aspirantes a homens públicos pretendem gerar mais empregos.
Por isso, falo hoje de Futurismo. Não é difícil compreender que nossa cidade, assim como o mundo, está passando por uma acelerada transformação econômica por conta da pandemia que estamos vivendo. E para manter a nossa economia forte, vamos precisar de mais emprego e renda já em 2021.
Além de liberdade para empreender e trabalhar, precisamos ocupar os prédios esvaziados pela pandemia, a começar pelo centro de Rio Preto que recebeu investimentos na melhoria da sua infraestrutura. Com a conclusão da reforma do Calçadão, os comerciantes desse tradicional reduto precisam ser ouvidos assim como os milhares de moradores da área central.
Nessa semana, o nosso Parlamento - a Câmara Municipal - que, em tese, seria o local de debates e propostas para esse novo futuro, não se manifestou sobre como e quando abrir as ruas da área central, obstruídas por calçadas desde a década de 80. O bom termo a que se chegou (a liberação do tráfego à noite) foi discutido no âmbito administrativo.
Em período eleitoral, os candidatos, sejam pela experiência na política ou pelo marketing eleitoral, se fazem míopes em troca de votos. Deixam prevalecer ideologias sindicalistas e pensamentos políticos partidários que não estão mais adequados às necessidades de Rio Preto.
De que adianta mais carros, iluminação moderna, calçadas novas se o principal, que é a liberdade de empreender e trabalhar, não foi contemplado. Digo isso porque o horário de funcionamento dessas empresas não foi alterado e, até agora, não foi defendido por nenhum candidato a vereador ou a prefeito.
Nosso Calçadão continuará vazio à noite, privando o consumir de tomar um café, um sorvete ou até mesmo uma cerveja no principal ponto turístico da cidade? Estamos falando de uma parte da cidade onde poderiam ser incentivado apresentações culturais e atividades ao ar livre.
Iniciativas de adaptação das nossas empresas, de implantação de novos modelos de negócios e que possibilitem a geração de mais empregos de acordo com as necessidades do momento, devem ser discutidas permanentemente pelos Poderes Legislativo e Executivo.
O Brasil já tem Leis e Rio Preto já tem regras suficientes para assegurar direitos trabalhistas. O que precisamos é de menos amarras burocráticas para tornar nossa cidade sustentável economicamente.
Um novo turno para o comércio e a liberação de alvarás para ruas de comércio especial, principalmente na área central, são exemplos de medidas exequíveis para a retomada da nossa economia. O impopular, no pós-pandemia, se tornou a criação de falsas perspectivas de mais empregos sem a realização de reformas profundas e mudanças estruturantes.
Que a imprensa e o marketing político consigam traduzir para a sociedade um novo olhar, uma nova perspectiva sobre regulamentações excessivas. O mercado consumidor, a capacidade de consumo e a produção em Rio Preto, se livres e bem planejadas, podem gerar mais emprego e renda para os nossos empreendedores e trabalhadores. Até a próxima.
Wiliam Batista é jornalista, empreendedor e ativista social.