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Carlos Alexandre, candidato a prefeito de Rio Preto pelo PC do B
Foto por: Divulgação
Carlos Alexandre, candidato a prefeito de Rio Preto pelo PC do B

PERFIL: Empresário comunista, Carlos Alexandre junta física e ufologia em seu balaio de interesses

Por: Da Redação
27/09/2020 às 15:17
Perfil dos candidatos

Aos 52 anos, e apesar da militância política desde a juventude, ele nunca ocupou cargo eletivo


Carlos Alexandre, 52 anos, parece desafiar toda lógica encadeada pelo senso comum: empresário do setor de seguros, ele é candidato a prefeito de Rio Preto pelo PC do B (Partido Comunista do Brasil), onde não está por acomodação eleitoral. É na esquerda que forjou sua militância política, iniciada ainda na adolescência, por volta dos 15 anos de idade. Já casado e com filhos, cursou administração pública na Universidade Federal de Ouro Preto (MG). 

Nascido em Rio Preto, é divorciado e tem três filhos - Gabriel (20 anos), Rafael (18) e Daniel (12). Sobre religião, se diz cristão. Fora da política e do trabalho, também se sente atraído por temas tão antagônicos como ser um empresário comunista. "Além da minha profissão, gosto muito de escrever e ler. Aprecio jardinagem, embora esteja meio desligado disso no momento. Sou curioso da física e ufologia”, afirma.  

A candidatura não estava nos planos iniciais de Carlos Alexandre, que já foi assessor especial e secretário interino de Governo na Prefeitura de Rio Preto durante a primeira gestão de Edinho Araújo (MDB) como prefeito. Ele defendia desde 2018 uma ampla frente de esquerda que envolvesse o PC do B, o PT, o PSOL e outras legendas "progressitas". Frustrado com a briga entre PT e PSOL, que sonhava ver superada até o último momento, Carlos Alexandre se recusou a escolher entre um e outro e colocou seu nome na disputa. A chapa, com a advogada e escritora Merli Maria Diniz como vice, apresenta fragilidades inegáveis: legenda única, pouco tempo na TV e um plantel de candidatos à vereança com apenas seis nomes.

Para conhecer mais os valores e posicionamentos do candidato,  o DLNews convidou a psicóloga Mara Madureira (especialista em psicoterapia clínica cognitivo-comportamental pela Famerp e com MBA em gestão estratégica de pessoas pela FGV) a formular a entrevista que você vai conferir abaixo...

Mara Madureira - Em termos objetivos, como o senhor define o poder? 
Carlos Alexandre - Poder se refere à faculdade de se exercer a autoridade. É ter liberdade de ação e decisão, a capacidade de influenciar ou ser referência. 

Mara Madureira - Quais as evidências de que está apto para atender aos interesses públicos e bem representar seus eleitores? 
Carlos Alexandre - Militante Político há muitos anos, sempre convivi em proximidade com gestores públicos e isso me proporcionou experiências pedagógicas que me levaram a optar pela formação em administração pública. Isso aprimorou e deu consistência aos meus anseios profissionais. E ser gestor de empresas há 25 anos, liderando grandes e diversificadas equipes, enfrentando momentos tranquilos ou difíceis sempre mantendo equilíbrio e na maioria das vezes, tomando decisões assertivas, me convenceram de que posso representar democraticamente todos os eleitores.  

Mara Madureira - Quais meios, o senhor pretende adotar para converter suas ações em benefícios econômicos e sociais? 
Carlos Alexandre - Um Programa de Governo completo, oriundo de muito estudo e muita pesquisa, articulado pela participação de muitos cidadãos, cientistas e especialistas com vasto conhecimento da realidade de Rio Preto, irá embasar minhas ações e decisões. Minha prioridade é a absoluta opção pelo ser humano e tenho certeza de que este sempre será o melhor caminho. Cuidar da Infância, da Adolescência, da Juventude. Combater a Pobreza em todo lugar em que ela insiste em se manifestar. Buscar o Desenvolvimento Sustentável e a Inovação como método de construção da Cidade Inteligente que almejamos, amparando as empresas e negócios recém-atingidos pela pandemia, assegurando emprego e renda. Hoje, trazer empresas dos mais diversos formatos e tamanhos que possam gerar emprego e que desenvolvam a engrenagem da economia, é tarefa do Poder Público Municipal. Sabendo histórica a vocação de Rio Preto pelo comércio e prestação de serviços, a cidade precisa evoluir atraindo indústrias limpas, que trazem consigo o aumento do PIB local e maior arrecadação de impostos, porém de forma comprometida com a preservação ambiental, a redução de resíduos, menor custo de produção, baixo risco de acidentes e mais segurança para os trabalhadores e empresários. Propomos, portanto, fortalecer o Parque Tecnológico ampliando sua atuação e abrangência,  de forma a abrir espaço para empresas e negócios da vanguarda industrial, incrementando também a recuperação e modernização das empresas atingidas pela crise da Covid-19. 

Mara Madureira - Como o/a senhor/a percebe essa onda de religiões ampliando seu domínio e defendendo ideias e interesses próprios de grupos específicos?
Carlos Alexandre - Pela Constituição Federal, o Estado brasileiro é laico, portanto qualquer configuração da representação política diferente disso, está descumprindo um princípio constitucional. Sou contra. 

Mara Madureira - O que o senhor pensa sobre a diversidade social?
Carlos Alexandre - A própria condição do Brasil, seja por sua vasta extensão territorial, seja pela sua História povoada e constituída por negros, índios, europeus, imigrantes os mais diversos, ou ainda, seja pela própria variedade de classes sociais, faz com que essa diversidade seja característica de nosso cotidiano. Na verdade isso é um privilégio, sobretudo se soubermos como lidar com a diversidade. Respeitar as várias expressões culturais de nossa gente, interpretar as variadas necessidades do povo e combater a discriminação racial e todas as demais formas de preconceito, nos permitiria viver essa realidade saudável e rica, em todos os pontos de vista, de uma sociedade mestiça e repleta de gêneros, etnias, religiosidade, expressões artísticas e mesmo sentimentos. 
 
Mara Madureira - Quais medidas objetivas empreenderia para superar os problemas da desigualdade social, da irresponsabilidade ambiental, das diversas violências e preconceitos? 
Carlos Alexandre - O Desenvolvimento Sustentável se define como a somatória do Desenvolvimento Ambiental, do Desenvolvimento Econômico e Desenvolvimento Social. E nesse sentido, propõe e discute um processo de mudanças no qual a exploração dos recursos, o direcionamento de investimentos, o desenvolvimento tecnológico e todas as mudanças institucionais estão em harmonia. Uma Cidade Sustentável precisa, ao projetar seu Plano Diretor, levar em consideração todos esses parâmetros, sob pena de tornar ineficaz qualquer ação de desenvolvimento. A Cidade Inteligente não permite desigualdades de nenhuma espécie. Ela deve ser justa para todos os cidadãos, independente de sua crença, gênero, orientação sexual, cor ou condição social. Todos precisam gozar de serviço público de qualidade dentro e fora de suas casas. Água potável nas torneiras, atendimento médico, saneamento, eletricidade, telefonia, internet, transporte, segurança, moradia. Enfim, tudo isso que é previsto pela Constituição Federal deve encontrar na Prefeitura Municipal seu agente mais responsável, ou seja, aquele que terá o privilégio de realizar efetivamente essa missão. O governo de um gestor moderno de verdade, pensa nas pessoas em primeiríssimo lugar. Por isso, é crucial fortalecer os trabalhadores, o pequeno e médio empresário, fortalecer a indústria, o comércio e a prestação de serviços. Unir consumo responsável com desenvolvimento econômico e permitir que todas as pessoas se beneficiem deles. Combater um discurso que divide as pessoas ao promover o rancor e o preconceito, que vem sendo muito praticado no mundo e em nosso país, só ganha efetividade se o substituirmos pela noção real de humanidade que propomos em nosso Programa de Governo, em seu primeiro eixo Infância, Adolescência e Juventude. Nele, estamos falando das bases de uma cidade que deve sim pensar desde o recém-nascido até a terceira idade, pois todos são componentes da estrutura social, ou seja, são cidadãos que gozam de direitos garantidos pela Constituição. Neste eixo apresentamos, de uma só vez, perspectivas para os pais, os filhos e os demais integrantes de sua casa, a família e agregados. A relação das pessoas umas com as outras, a partir do núcleo familiar, extrapola para o resto da sociedade e não deixa espaço para preconceitos, violência, bullying e outros abusos. 

Mara Madureira - Quais as principais linhas programáticas de seu partido?
Carlos Alexandre - Defender a nação da ganância estrangeira, incentivando o povo a ser o promotor de uma vida digna e feliz. Construir um país soberano, livre, democrático, avançado econômica e socialmente, reduzindo ao máximo qualquer desigualdade social e integrado aos seus vizinhos latino-americanos e parceiros comerciais. 

Mara Madureira - Quais valores éticos e políticos o senhor defende?
Carlos Alexandre - Uma conduta correta e solidária, leal, sincera, generosa e que pensa no ser humano em primeiro lugar deve orientar nossa ética. A igualdade, liberdade, justiça e espírito cidadão devem ser a determinação de nosso comportamento político.

Mara Madureira - Como se posiciona em relação aos escândalos de corrupção e quais são seus planos de combate a esses crimes e aos seus autores políticos?
Carlos Alexandre - A corrupção é uma prática histórica entre maus políticos e maus empresários brasileiros, mesmo que muita gente afirme não concordar com ela. Como gestor público é preciso combate-la na sua raiz. Criar e aperfeiçoar mecanismos de controle para evitar a corrupção. Qualquer menor indício de conduta irregular deve ser apurado e resolvido nas formas da lei. O agente público pego em ações ilícitas deve ser imediatamente afastado e se comprovada sua culpa, encaminhado às autoridades competentes. Nosso Programa de Governo prevê uma administração transparente de forma que toda a população venha a participar da fiscalização. 

Mara Madureira - Como o senhor define sua ideologia política e quais as vantagens desse modelo para beneficiar a sociedade?
Carlos Alexandre - Sou membro de um partido comunista, oficial, legalizado, com representação no Congresso Nacional, que apresentou ministros e secretários federais e estaduais aos serviços públicos, que também elegeu governadores, prefeitos e vereadores, e que participou nos últimos cem anos da construção e consolidação da Democracia Brasileira e da defesa dos direitos dos trabalhadores e cidadãos em geral. Penso que é preciso marcar posição contra um modelo econômico que se vale da exploração dos mais fracos para o acúmulo de riquezas de pouquíssimos, uma antiga contradição que nos divide socialmente. Uma sociedade justa distribui a riqueza conforme o resultado da quantidade e qualidade do trabalho realizado por cada um e isso é resultado de vontade política dos cidadãos e do objetivo desenvolvimento científico e tecnológico que deve promover um salto das forças produtivas em favor da humanidade. Em nosso Programa
 de Governo predomina as ideias de solidariedade, de paz e da cooperação, em detrimento à mera concorrência, agressão e exploração. 

Mara Madureira - Como o/a senhor/a vê os líderes políticos de esquerda e de direita e como lida com eles?
Carlos Alexandre - Esse dualismo que nos últimos tempos cresceu em todo o mundo e que se acirrou no Brasil, sobretudo no processo eleitoral de 2018, não beneficiou ninguém. A Democracia prevê a livre manifestação de ideias para todos os cidadãos e protege esse princípio na Constituição Cidadã de 1988. Os líderes de esquerda e de direita tem direitos garantidos para se manifestarem no universo da política. Lidar com cada um desses lados é questão de fazer valer esses princípios, dentro da ordenação legal. O embate político se dá nas câmaras municipais, assembleias legislativas, congresso nacional, sob o comando da Ética, da Democracia e da Justiça para todos, em sintonia com a sociedade organizada. 

Mara Madureira - É possível governar de modo neutro, sem confundir interesses pessoais com interesses políticos? Como?
Carlos Alexandre - Não acredito ser possível governar de modo neutro. Tenho uma formação democrática sólida e pretendo exercê-la por toda a vida. Defender os direitos de toda a população com realce aos cuidados com os mais vulneráveis, defender a soberania nacional e os desígnios da Ética e da Justiça são fatores determinantes nas tomadas de decisões e comportamentos de um governante consciente. Mas sim, é possível governar sem confundir interesses pessoais com interesses públicos. Basta seguir as leis estabelecidas na Constituição e na Lei Orgânica do Município, entre tantos outros preceitos legislativos.








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