O aluno que ameaçou atacar a Unirp (Centro Universitário de Rio Preto) chegou a ir até Brasília para reclamar de um professor no Ministério da Educação (MEC). A informação é do delegado Julio Cezar Simões Pesquero, do 1º Distrito Policial.
Após ser detido por investigadores do GOE (Grupo de Operações Especiais) e da Delegacia Seccional, na manhã desta quarta-feira (18), no hotel Metrópolis, no centro de Rio Preto, o estudante, de 23 anos, afirmou que um bate-boca entre ele e um professor o motivou a fazer as postagens ameaçando ataques ao local e aos colegas.
"Ele disse que as postagens
foram sarcásticas e que não tinha intenção de cometer atentado contra a faculdade
ou outras pessoas. Ele também disse que gosta do local, mas achou a atitude do
professor deselegante e antiética”, conta o delegado.
Ainda segundo o policial, o aluno
disse que chegou a reclamar do docente para a instituição, mas não foi ouvido. Por isso, na última sexta-feira (13), ele embarcou para Brasília. "Ele viajou e
depois ficou nesse hotel em Rio Preto, porque estava assustado com a repercussão
do caso”.
Na manhã de hoje, os investigadores cumpriram mandado de busca na casa da mãe do rapaz, em Icém (SP). O delegado foi recebido com hostilidade pela irmã gêmea do jovem, que o atingiu na cabeça com uma prancheta.
"Ela estava muito nervosa e arremessou uma
prancheta que atingiu a minha cabeça. Fez um corte e sangrou muito, passei por
atendimento médico e o pessoal fez uma falsa sutura. A polícia tem que estar
preparada para tudo”, afirmou. A jovem
foi autuada por desacato. Um celular foi apreendido e será periciado.
De acordo com Pesquero, o
estudante é um jovem inteligente, de família humilde e colaborou com a polícia.
"Ele recebe uma renda do pai para pagar os estudos”. Um inquérito foi
instaurado e o estudante irá responder por ameaça e desacato ao professor.
Entenda o caso
Na semana passada, a Unirp chegou
a reforçar a segurança da unidade central e procurou a polícia, no último
sábado (14), para que fossem adotadas "providências policiais e
jurídicas" contra o estudante de 23 anos.
Na última quinta-feira (12) o
estudante teria feito postagens dizendo que iria atacar a instituição na
segunda (16). Na sexta-feira (13) ele teve a matrícula trancada.
O pânico tomou conta das redes
sociais, nos quais áudios de alunos e pais demonstravam preocupação com as
ameaças, alguns até cogitavam impedir os filhos de assistir às aulas.
O Centro Universitário chegou a
reforçar a segurança no campus, especialmente na unidade central, localizada na
rua Ivete Gabriel Atique. O boato de que a faculdade seria atacada começou na
sexta com mensagens no Twitter. Uma
delas diz: "Dia 16 é o dia que vem nesse mundo de bandidos. Essa dor nunca
se cessaria se eu não fizesse nada”, afirma.
Um boletim de ocorrência foi
registrado na Central de Flagrantes. De acordo com o documento, o aluno também
estaria vendendo um livro na Amazon com o título "Como a Unirp vendeu e
vendi (sic) diplomas do curso de direito”.