Segundo especialista, é necessário chover pelo menos 10 mm para diminuir a poluição do ar presente no município; chuva deste domingo foi, na média, de 3 mm
A Companhia Ambiental do Estado
de São Paulo (Cetesb) registrou, entre 9h e 10h deste domingo (20), na unidade
do bairro Eldorado em Rio Preto, 87 microgramas de material particulado fino no
ar.
De acordo com engenheiro
sanitarista especialista em poluição do ar José Mário Ferreira de Andrade,
comparativamente aos dados de antes da chuva, a poluição do ar aumentou. "Isso
é explicado porque os poucos pingos de chuvas ressuspendem as poeiras dos
telhados e as cinzas das queimadas depositadas sobre o solo”, explica.
Antes da chuva a concentração de material particulado fino estava em 68 microgramas. A média de chuvas acumuladas por volta das 10h foi de 3 mm, na média - 3 litros de chuva por metro quadrado. Na região central, por exemplo, a chuva foi mais intensa e chegou a 7 mm. "Precisaria chover aqui pelo menos 10 mm para recuperar os reservatórios e os níveis das nascentes", afirmou Andrade.
Ele alertou que por volta das 10h30 já era possível verificar a formação de névoa no horizonte que indica a formação de fumaça e de poluentes no ar provenientes do Pantanal mato-grossense e não são mais provenientes das queimadas em Rio Preto e região, que já cessaram. "Como não choveu ainda o suficiente lá no Pantanal, as correntes aéreas continuam transportando para o noroeste do Estado de São Paulo os poluentes, que foram uma camada que chamamos de aerossóis", explica o engenheiro. "Esses aerossóis impedem a radiação solar e dificultam a dissipação do calor". O efeito dos aerossóis do Centro-Oeste é mais sentido nas regiões de Rio Preto, Araçatuba, Presidente Prudente e Ribeirão Preto.
Ainda segundo Andrade, há expectativa de chuvas mais intensas na segunda (21) e na terça-feira (22), em torno de 7 mm a 8 mm, o que poderá ajudar a limpar a atmosfera e ajudar a respirar um ar de melhor qualidade.