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Pupo e Vinholi durante encontro há uma semana em Rio Preto
Foto por: Reprodução/ Instagram
Pupo e Vinholi durante encontro há uma semana em Rio Preto

Ao pegar ’rabeira’ no ônibus de Edinho, PSDB reforça sina de coadjuvante em Rio Preto

Por: Maria Elena Covre, Fabricio Carareto e Heitor Mazzoco
15/09/2020 às 21:22
Bastidores

Há duas décadas os tucanos, que desistiram de candidatura própria nesta terça (15) e declararam apoio ao emedebista, não disputam como protagonistas na cidade


Sina tucana 1
Ao pegar um assento de última hora no superlotado ônibus de Edinho Araújo (MDB), mais uma vez o PSDB vai como coadjuvante numa disputa municipal em Rio Preto. Desde 2000, quando Ivani Vaz de Lima foi candidata a prefeita, o eleitorado da cidade não encontra o número 45 entre as opções para o Executivo nas urnas. O que talvez explique em parte a extinção dos tucanos na Câmara em 2016 e a tentativa frustrada de tentar se reabilitar nas eleições deste ano.

Sina tucana 2

O melhor momento da sigla no exercício do poder político local foi na condição de vice do ex-prefeito Valdomiro Lopes (PSB), com Gaber Lopes no primeiro mandato (2009 a 2012) e Ivani Vaz de Lima no segundo (2013 a 2016).

Sina tucana 2

Essa sina de coadjuvante fez a versão local do PSDB se destoar do poderio em outras esferas nestes últimos 20 anos. E também diante do fato de dois representantes domésticos terem galgado o alto clero da política estadual e nacional: Aloysio Nunes, certamente a figura rio-pretense a ocupar os cargos mais importantes da República (senador, vice-governador de São Paulo, ministro no governo FHC, ministro no governo Michel Temer, entre outros) e Vaz de Lima (deputado estadual, deputado federal e presidente da Assembleia Legislativa).

Tentou sacudir

O governador João Doria (PSDB) até tentou sacudir a poeira e reinventar o partido por aqui. O casal Vaz de Lima e Ivani saiu de cena para que novas lideranças florescessem. Capitaneado pelo presidente estadual da legenda, Marco Vinholi, e por Beto Perosa, o projeto foi desenhado com o vereador e delegado Renato Pupo como ator principal, que deixou o PSD para disputar no PSDB como prefeito.

No contrapé

A desistência de Pupo no sábado (12), diante das frustradas tentativas de se consolidar para ele uma aliança forte de partidos, desembocou num nome sem recall de urnas (o que não seria problema, necessariamente) e sem conexão orgânica com o partido: o empresário Denilson Marzocchi, que chegou na legenda pelas mãos de Pupo, também saído do PSD. Ele até se empolgou com a ideia, mas o partido literalmente matou suas ambições no ninho.

Sem nomes

O desfecho diante da inicialmente inesperada desistência de Pupo mostra que o partido que está no governo de São Paulo desde 1995 não tem mais nomes para uma briga de cachorro grande em Rio Preto, especialmente com o casal Vaz de Lima fora de cena.

Ônibus lotado 1

Para usar um clichê comum no interior, em termos de aliança partidária o prefeito Edinho Araújo fez barba, cabelo e bigode. E, pode-se dizer, um dos hábeis barbeiros do emedebista foi o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, que não só lhe deu o estratégico DEM como também seria o responsável pela interlocução junto ao governador João Doria. Muito simbólico, aliás, a decisão ocorrer no mesmo dia em que o governador cumpriu agenda na cidade.

Ônibus lotado 2

Edinho começou o jogo com seu partido, o MDB, mais Patriota e PSD, entre as legendas mais vistosas. Ao atrair o DEM de Rodrigo Garcia, levou também o PL. Com um palanque já de peso, subiram no ônibus Podemos e Avante. PP balançou diante do canto da sereia de Valdomiro Lopes, mas também embarcou (pelo menos fez o anúncio oficial). Por fim, o nanico PMB se acomodou. O PSDB, no entanto, foi a grande surpresa a fechar a lotação.

 Justificou

"O PSDB, após avaliação do cenário eleitoral em Rio Preto, decidiu apoiar a candidatura à reeleição do prefeito Edinho Araújo (MDB). A decisão levou em conta o correto trabalho do prefeito durante sua gestão, o desenvolvimento da cidade, o apoio do vice-governador Rodrigo Garcia e a parceria com o governador João Doria”, disse o PSDB em nota oficial assinada por Vinholi e o presidente local, Manoel de Jesus.

Anel de compromisso 1

O ex-prefeito Valdomiro Lopes anunciou na noite desta terça-feira (15) apoio do PSB ao pré-candidato a prefeito de Rio Preto pelo PSL, o empresário Marcos Casale. 

Anel de compromisso 2

A união de PSB e PSL foi selada na casa do ex-prefeito, no Condomínio Damha 1, em reunião por volta das 22h, ou seja, pouco mais de quatro horas após o PSDB, que vinha conversando com as duas legendas, anunciar apoio ao prefeito Edinho Araújo (MDB). 

Teresinha Pachá 

Pelo acordo, o ex-prefeito Valdomiro Lopes indicará o nome a vice na chapa encabeçada por Casale. A escolhida do cacique o PSB é a ex-secretária de Saúde Teresinha Pachá. 

Querem mais 

Valdomiro e Casale ainda tentam atrair para o palanque deles o PTC e o PSC. O PSL é o segundo partido com maior tempo de televisão e recurso do Fundo Eleitoral, perdendo somente para o PT. Com a costura, o grupo deverá contar com o segundo maior espaço na propaganda eleitoral de rádio e televisão, perdendo apenas para Edinho. 

Gratidão

Valdomiro disse ao DLNews que a decisão é uma forma de colaborar com uma sigla que abriu as portas para ele logo que anunciou sua intenção de se candidatar. A desistência do ex-prefeito foi dada em primeira mão pela coluna no domingo (2). 

’Reforço e tanto’

Em conversa com a coluna na noite desta terça, logo após fechar com Valdomiro, o empresário Marco Casale se disse "honrado” e com dupla responsabilidade. A de defender sua candidatura e de levar o "legado” do ex-prefeito. E comemorou: "É um reforço e tanto.” As convenções das duas siglas ocorrem nesta quarta (16). 

Com Covid e tudo

O PP de Paulo Pauléra também faz convenção nesta quarta, assim como o PSDB. O vereador, mesmo com Covid e alguns sintomas, como dor de cabeça, disse que o evento será virtual e a situação dentro da legenda, pacificada. Vai de Edinho, como já anunciado. 

Provocações 1

O candidato do Partido Novo à Prefeitura de Rio Preto, o empresário Filipe Marchesoni, não deixou passar batida a fala do ex-prefeito Valdomiro Lopes (PSB) de que desistiu de disputar o Executivo neste ano por falta de garantia de recursos do Fundo Eleitoral. "O Partido Novo não usa nem nunca usou o Fundo Eleitoral a que tem direito. Dinheiro público não é para financiar campanha. Acho que o ex-prefeito e as lideranças de todos partidos que fazem uso do fundo deveriam reconsiderar utilizar este dinheiro que, afinal, é dos cidadãos”, disse ele.

 Provocações 2

Ainda segundo Marchesoni, "só este ano o fundo soma 2 bilhões de reais, que poderiam ser investidos em saúde e educação. O Novo já mostrou e mostra que é possível fazer política sem usar o dinheiro do contribuinte, por exemplo, elegendo o governador Romeu Zema, de Minas, e deputados”, completou.

É, general? 1

Em sua passagem por Rio Preto nesta terça-feira (15), acompanhando o governador João Doria na inauguração da Deic, o Secretário de Segurança Pública do Estado, general João Camilo Pires de Campos, fez questão de visitar, ainda que por 15 minutos, o Hospital de Base, onde ficou internado um ano atrás, quando teve um mal-estar durante agenda na região. 

É, general? 2

Mesmo integrando o governo tucano, não é novidade para ninguém que o general tem ótimas relações com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Tanto que, cogita-se nos bastidores de Brasília, que ele seja um dos nomes preferidos pelo dono da caneta mais poderosa do País para ocupar vaga no STF, o que se dá por indicação presidencial. Daí que a trepidante diretora-executiva do HB, Amália Tieco, anfitriã do general, não resistiu à curiosidade e mandou à queima-roupa a pergunta sobre possível indicação. Pego de surpresa, o homem se calou. Não admitiu nada, mas também não negou…

Férias de volta

Servidores municipais de Rio Preto poderão voltar a marcar férias, faltas abonadas, licença-prêmio e folgas eleitorais. Decreto publicado nesta segunda-feira pela Prefeitura, revoga a suspensão temporária dos benefícios devido à pandemia. A mudança está entre solicitações do vereador Fábio Marcondes ao Executivo.

Justificativa

Segundo Marcondes, era notória a necessidade de empenho de efetivo integral da Guarda Civil Municipal, bem como dos servidores efetivos da Saúde e demais pastas correlatas, para o enfrentamento à Covid-19, razão da suspensão dos direitos de férias, mas tal decisão ofendia a hierarquia constitucional de normas.

Briga no palanque

O vereador Anderson Branco (PL), candidato à reeleição, e agora no mesmo palanque que o PSDB, não mudou discurso. Na sessão da Câmara desta terça-feira voltou a chamar o governador de São Paulo, João Doria, de "Ditadoria”. Diz Branco que foi enganado pelo tucano em 2018, quando Doria criou o termo "BolsoDoria” e venceu a eleição para o governo paulista. Branco, desafeto de Renato Pupo, também criticou o colega de Casa. "Não tem carisma, articulação, é candidato de rico, nunca pegou na mão de pobre, não iria ter sucesso. Estava igual leproso, ninguém queria ele, que desistiu. O PSDB passou vergonha merecida”, disse Branco.







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