Por: Augusto Fiorin/Especial para o DL News
25/08/2020 às 14:19
Cultura e Diversão
Morreu ontem, aos 63 anos, Josimar Rocha de Lima, o Parayba Lima, um dos maiores músicos rio-pretenses durante os anos de 1990. Segundo informações de amigos, ele estava há quase dois anos em Monteiro, no Cariri Paraibano, município instalado a 319 quilômetros de João Pessoa, onde se dedicava à roça.
A morte de Parayba foi confirmada ao DLNews pela irmã dele. Ela conta que o músico morreu nesta segunda-feira (24) pela manhã e foi enterrado no mesmo dia. Há 10 dias, ele passou mal, foi levado para o hospital onde se descobriu um câncer em processo avançado.
"Mano Velho”, como gostava de ser chamado, se afastou da família e partiu de Rio Preto sem olhar pra trás. Com quase 50 anos dedicados à música, Parayba esteve por esse tempo muito distante de onde realmente gostaria de estar: os palcos da vida.
Em Rio Preto, o jornalista e documentarista Fernando Marques produziu e arranjou gratuitamente o único disco que o músico gravou: "O Cheiro do Verde”, reunindo suas composições de décadas. Esculpido pelo selo Tempo Livre, em 1996, foi gravado totalmente acústico e é considerado um dos melhores da história da cidade.
Além de muitas lembranças relacionadas à noite do Noroeste Paulista, "Mano Velho” ainda teve sua história propagada por meio do documentário Parayba Lima – Vida e Arte, produzido pela RZ2 Produções. Nascido em Monteiro, em 18 de outubro de 1956, foi o mais novo de onze irmãos e logo cedo já sabia o que queria da vida: ser cantador. Antes de Rio Preto, atravessou o Rio São Francisco rumo ao Estado de Pernambuco, depois foi para Cruz das Almas, na Bahia, onde iniciou o estudo musical. Em seguida desceu para as Minas Gerais, onde ingressou em um grupo de bailes.
Passou por Goiás, Belém do Pará, voltou à Bahia e novamente às Minas. Na cidade de Uberaba, conheceu sua companheira de vida. Entrou pela primeira vez no Estado de São Paulo em Pereira Barreto, onde formou com alguns amigos o Grupo Sapoti. Mas não demorou e Parayba já estava em Araçatuba tocando em faculdades. Chegou a Rio Preto e se instalou até janeiro do ano passado, quando partiu rumo ao desconhecido.