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HB é o hospital com situação mais crítica
Foto por: Governo de São Paulo
HB é o hospital com situação mais crítica

Hospitais da região têm medicamentos de intubar pacientes para 8 dias, no máximo

Por: Maria Elena Covre, Fabrício Carareto e Heitor Mazzoco
05/08/2020 às 20:41
Bastidores

Situação mais grave é no HB, cuja reserva é suficiente para quatro dias. Expectativa é de que Estado entregue novas doses nestas quinta (6) e sexta (7)


Estoque baixo 1 
Os hospitais referências no tratamento da Covid-19 em Rio Preto e região estão com estoque de medicamentos usados para intubar pacientes, como sedativos e relaxantes musculares, para, no máximo, oito dias. A expectativa é grande em torno da promessa do governo estadual de que o problema seja resolvido entre esta quinta (6) e sexta (7). 

Estoque baixo 2
A pior situação é a do Hospital de Base de Rio Preto, que afirma ter um volume suficiente dos remédios para, no máximo, quatro dias. Na Santa Casa do município, há medicamentos para sete dias. 

Estoque baixo 3
Em Catanduva, o Hospital Padre Albino tem medicamentos para uma semana. Em Jaci, que recebe pacientes de Rio Preto, o estoque atual dura também oito dias. A orientação que parte do Departamento Regional de Saúde (DRS) de Rio Preto é imediata revisão de protocolos de uso dos medicamentos. Um exemplo já foi feito: os hospitais pararam de realizar cirurgias eletivas. 

Reunião
Os dados sobre estoque baixo de medicamentos, entre outros problemas no combate ao avanço do novo coronavírus, como falta de leitos de UTI, foram apresentados em uma reunião da Defensoria Pública com o Secretário de Desenvolvimento Regional do Estado, Marco Vinholi (PSDB), nesta quarta (5). Entre os defensores, estavam Rafael Pitanga (1º subdefensor-geral), Davi Quintanilha e Letícia Avelar (Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos) e Júlio Tanone (que atua na unidade de Rio Preto). 

Leitos 
Com os principais hospitais no tratamento de Covid-19 pelo SUS cravando taxas de ocupação acima dos 85%, chegando muitas vezes a 100%, as vagas da chamada medicina suplementar (particulares ou convênios) estão sendo determinantes nas contas do Estado para que a DRS de Rio Preto (com 97 municípios) permaneça na chamada fase laranja. 

SUS e privados 2
Nesta quarta (5), por exemplo, o Hospital de Base tinha 89% de seus 117 leitos de terapia intensiva contratados pelo Estado ocupados, na Santa Casa de Rio Preto, a lotação bateu em 95%. A Santa Casa de Votuporanga também estava saturada, assim como os hospitais Padre Albino e Emílio Carlos, em Catanduva. Mas, graças aos leitos da rede privada, a taxa geral de ocupação de UTIs na regional era de 78,9%. Passou de 81% em semanas anteriores. 

SUS e privados 3
Falando especificamente de Rio Preto, a cidade tem hoje, com os novos leitos de UTI montados às pressas nas UPAs, 108 vagas assim distribuídas: Santa Casa (36), HB (24), Jaci (10), Jaguaré (30), Santo Antônio (8). Outros 174 leitos são de enfermaria. Na rede suplementar, são 64 leitos de UTI e 113 de enfermaria. Para o secretário de Saúde de Rio Preto, Aldenis Borim, esses novos leitos ajudam a cidade a se livrar de medidas mais restritivas. Isso, se os medicamentos de fato chegarem. 

Negociação 
Mas, no âmbito regional, a conta para o lado do SUS segue bem desconfortável. Profissionais do HB, por exemplo, não estão vendo o quadro com tanta tranquilidade. O Hospital, que chegou a 100% de ocupação no final de semana, atende 102 cidades. Até agora, 20 novos leitos estão sendo negociados com o Estado, mas o contrato ainda não foi fechado.  

Outras regiões
Desde o último final de semana, quatro pacientes da região de Rio Preto foram transferidos para Barretos e Araraquara, locais onde o número de internados em Unidade Terapia Intensiva (UTI) está baixo. Em Barretos, o índice é de 65,9% e, em Araraquara,  34,5%.

Enxugando gelo
Em entrevista à CBN Grandes Lagos nesta quarta, a médica Suzana Lobo, chefe da UTI do HB e presidente da Associação Brasileira de Medicina Intensiva, disse que improvisar novos leitos é enxugar gelo. Segundo ela, são necessárias medidas mais duras para manter as pessoas em casa. Em seu relato, disse que uma UTI exige, além de leitos e respiradores, aparelhos de tomografia, equipes de técnicos, enfermeiros e médicos muito bem treinados. 

Tentou 
Inconformados com o fechamento após o quinto dia útil do mês e também  na véspera do Dia dos Pais, os supermercadistas de Rio Preto tentaram convencer o governo municipal a fazer uma troca: abrir as unidades neste próximo sábado (8) e fechar na segunda (10). Mas não obtiveram sucesso, segundo o diretor regional da APAS, José Luís Sanches. 

Vai insistir 
Diante disso, segundo o empresário, a Associação Paulista de Supermercados deverá persistir em ações em Brasília, junto ao STF, na tentativa de reverter o decreto municipal que impede a abertura no final de semana. Até agora, o placar na guerra judicial tem sido favorável ao município. 

"Dramática” 1
Em seu despacho contrário aos pleitos da APAS no último dia 27, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Antonio Dias Toffoli, classificou a situação da pandemia da Covid-19 em Rio Preto como "dramática”. E o ministro voltou a ser enfático ao dizer que a Prefeitura de Rio Preto pode, sim, ampliar as restrições independentemente do Plano São Paulo de flexibilização.

"Dramática” 2 
Para José Luís Sanches, a situação dos supermercadistas não é menos dramática. Ele afirma que, em função do decreto, sofreu uma queda nas vendas de 42% em relação ao que vendia anteriormente de quinta a domingo (principais dias para o setor). "Hoje, a movimentação de quinta e sexta até subiu, mas temos uma série de obrigações para evitar aglomerações. Com isso, mesmo que nestes dois dias ocorra aumento das vendas, não é o suficiente para cobrir o que se vendia antes, entre quinta e domingo”, explica ele. 

Ânimo na tropa
No seu boletim diário sobre os números da Covid do último domingo (2), o Hospital Austa trouxe uma espécie de carta aberta aos funcionários em que o diretor-presidente da instituição, o médico Mário Jabur Filho, fala "dessa terrível epidemia que assola nossa cidade” e se dedica a dar uma injeção de ânimo na tropa.

Ajuda divina
"É importante que todos, os que trabalham na linha de frente e os que atuam no apoio, tenhamos consciência de nossa imensa responsabilidade e do quanto é vital o comprometimento e empenho de cada um. O futuro é incerto, contudo, nenhum de nós deve se esmorecer”, diz o médico, que, além da competência humana, não deixa de clamar por ajuda divina. "Tenho certeza de que iremos comemorar a vitória sobre este terrível vírus. Muito obrigado e que Deus nos proteja”, conclui.

Sem projeção 
A quem pergunta, a Acirp (Associação Comercial e Industrial de Rio Preto) garante que os comerciantes estão firmes, fortes e empenhados em atender a clientela interessada em presentear os pais no dia deles, no próximo domingo. Mas, desde o Dia das Mães, em maio, a entidade se recusa a especular qualquer projeção de vendas, tamanha a incerteza que reina em relação ao comportamento do consumidor em tempos de pandemia. 

Xeque-mate 
O delegado da Polícia Federal em Rio Preto, Cristiano Pádua, informou que beneficiários supostamente irregulares do auxílio emergencial já começaram a ser intimados na cidade.  

Pode devolver, mas... 
Apesar da citação, os contemplados que comprovadamente receberam a verba sem necessidade poderão devolver o benefício. Ainda assim, poderáo ser autuados pelo crime de estelionato majorado. Só devem escapar os que já devolveram o dinheiro. Por enquanto, 76 rio-pretenses fizeram o "gesto”. 

Ex-amigos 1
Não é somente entre militantes de esquerda e de direita, bolsonaristas e antibolsonaristas. Ou, então, cientistas ou negacionistas. Nem a crença ou descrença em torno da cloroquina. O fato é que a crise sanitária vem provocando discórdias até entre soldados que lutam na mesmíssima trincheira. No caso, os médicos, professores e doutores da Famerp Maurício Nogueira e Cacau Lopes. 

Ex-amigos 2 
Os dois já não são mais amigos nas redes sociais. O primeiro bloqueou o segundo em seu Facebook, por exemplo, quando Cacau Lopes chamou o comitê de gestão da crise sanitária do município de genocida. Nogueira integra o grupo. E, pelos ânimos atuais, tudo indica que o rompimento não é só virtual. 







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