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Aldenis Borim, secretário de Saúde, e o prefeito Edinho Araújo
Foto por: Prefeitura de Rio Preto
Aldenis Borim, secretário de Saúde, e o prefeito Edinho Araújo

Lockdown ganha defensores entre membros do comitê de gestão da crise sanitária em Rio Preto

Por: Maria Elena Covre, Fabrício Carareto, Heitor Mazzoco e Karol Granchi
31/07/2020 às 21:22
Bastidores

Fechamento total é uma das ideias cogitadas e que deverão ser apresentadas ao prefeito Edinho Araújo como forma de conter avanço da doença


Fecha tudo 1
Entre os representantes da saúde que integram o comitê de gestão da crise sanitária em Rio Preto, é praticamente unânime o entendimento de que o município deve radicalizar mais nas medidas de isolamento social para conter o avanço da doença. Há, inclusive, quem use, sim, o termo lockdown, quando só é permitido o funcionamento de serviços essenciais. 

Fecha tudo 2
Os técnicos da saúde sabem, no entanto, que a equação a ser revolvida é complexa, porque depende do engajamento de vários setores da sociedade, entre os quais o empresariado. E, a essa altura, a população também vem se mostrando pouco receptiva à ideia de ficar em casa. De todo jeito, o tema deverá pautar longas reuniões nos próximos dias com o prefeito Edinho Araújo (MDB), a quem caberá a última palavra. 

Mostrou preocupação 
Na live desta sexta-feira (31), logo após o governo estadual manter Rio Preto na fase laranja do Plano SP, o secretário de Saúde, Aldenis Borim, voltou a mostrar intensa preocupação com o avanço da doença e afirmou que pensa, sim, em medidas mais duras, além das que já foram adotadas, como fechamento dos supermercados aos sábados e domingos e a lei seca entre 20h e 6h de segunda a sexta-feira, e integralmente aos finais de semana. Ele, no entanto, não especificou quais medidas seriam essas. Confirmou também a informação obtida pelo DLNews de que o assunto seria discutido dentro do comitê. 

Ganha corpo 
A pressão por isolamento total cresce, especialmente diante dos dados de ocupação de leitos de UTI e notícias de que o Hospital de Base chegou a acionar o Ministério Público devido à falta de medicamentos para intubar pacientes. O HB, que foi preterido numa lista de instituições que receberam relaxantes musculares e sedativos da Secretaria de Saúde do Estado, diz ter estoque para apenas seis dias. 

Positividade 
O médico e professor da Famerp Cacau Lopes, que vem encabeçando o movimento por lockdown, foi às redes sociais desafiar os colegas da instituição a comprar a briga, sob pena, segundo ele, de se omitirem. 
Não existem medidas mais restritivas ou menos restritivas. O momento que estamos vivendo aqui em Rio Preto é de crescimento da epidemia. Isso é percebido não só pelo  número de doentes, porque, se estão fazendo mais exames,  haverá mais casos mesmo. O mais importante nessa conta é o nível de positividade, de 36%. No começo era 10%. Isso mostra que o vírus está atingindo mais gente numa velocidade mais rápida. 

70% dentro de casa 
Ainda segundo Cacau, isolamento sério é com 70% da população em casa, só funcionando serviços essenciais, por três ou quatro semanas no máximo. "Se fizermos isso segunda, depois de 15 dias vamos ver o resultado. Aí, sim, você abre com segurança”, afirmou. 

Esperança 1
O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Rio Preto (Acirp), Kelvin Kaiser, é otimista. Ele diz ter esperança de que a população rio-pretense colabore nas próximas semanas para que a região possa conter o coronavírus e avançar para fase amarela do Plano São Paulo de flexibilização até o final de agosto.  

Esperança 2 
"Desde que toda a população ajude, não aglomerando, não fazendo festa, nem reuniões (mesmo que familiares), a nossa perspectiva é de que até o final do mês de agosto a cidade já apresente números que possam nos levar para a fase amarela”, disse Kaiser, que citou ainda os setores mais afetados até aqui: bares, restaurantes e academias, que já estão há mais de 140 dias fechados. Ele lembra que bares e restaurantes ainda podem trabalhar no formato delivery, porém, academias estão sem funcionar. 

Quase lá 
Kaiser continua: "Estamos na reta final da fase mais crítica do coronavírus, e a Acirp está firme em sua campanha ‘Flexibiliza Já’, conscientizando toda a população sobre todos os cuidados para a prevenção da doença e acompanhando os números, junto ao Comitê do coronavírus, para garantir a cidade consiga chegar à fase amarela”, concluiu.

Fator leito 
Neste sexta, Rio Preto chegou a 9.021 pessoas contaminadas pelo coronavírus, aumento de 138 novos casos. Foram 4 óbitos confirmados em 24 horas, elevando para 240 o número de mortes. A Santa Casa atingiu 100% de ocupação dos leitos de UTI e o HB estava com 109, das suas 117 vagas de tratamento intensivo, ocupadas. 

Corrida de obstáculos  
O combate ao avanço do coronavírus em Rio Preto e região virou corrida de obstáculos. Além de todas as dificuldades já conhecidas, na última semana o Laboratório de Virologia da Famerp ficou sem um dos insumos para fazer testes do tipo PCR para Covid-19. 

De mil para 400
Como isso, o serviço, que vinha realizando, em média, mil testes por dia, passou a registrar pouco mais de 400. O DLNews apurou que houve um atraso na entrega do kit de extração, que é importado de países como Estados Unidos, Alemanha e China. A expectativa é de que o volume de testagem seja normalizado na próxima semana. A entrega estava prevista para esta sexta (31). 

Expectativa 
Desde que a Famerp recebeu um robô que auxilia na extração do material, acelerando as testagens, entre 600 e 700 exames a mais passaram a ser feitos dentro da rede de diagnóstico que o Estado criou com o Butantan o Instituto Adolfo Lutz. Sem o extrator automático, todo o trabalho passou a ser manual, daí a dificuldade em manter o volume de exames, de forma que as amostras foram enviadas para São Paulo. Com a normalização, o tempo médio de resultados de exames, que aumentou, deve ficar menor também. 

Refresco 
Se o bicho tá pegando aqui fora com a crise do coronavírus, foi no Zoológico Municipal de Rio Preto que o prefeito Edinho Araújo (MDB) buscou inspiração para mais um de seus vídeos na linha "o lado bom da vida”. O material, postado no Instagram, fala dos cuidados que os animais vítimas de maus tratos, tráfico e até ferimentos graves recebem dos veterinários e técnicos dia e noite. As imagens são cinematográficas e a oncinha alimentada com mamadeira é de derreter até coração de pedra. 

Atrasados
Já a Coronel Helena (Republicanos), pré-candidata à cadeira ocupada por Edinho e que também vem investindo em vídeos "propositivos” nas redes sociais, visitou a sede de uma empresa que deverá se instalar no Parque Tecnológico de Rio Preto. O objetivo vender apoio ao setor de inovação. E aproveitou para atacar os gestores que, segundo ela, "só estão fazendo acontecer agora o que deveria ter ocorrido 20 anos atrás”. 

Cúpula
A cúpula do PSDB voltou a se reunir em torno das candidaturas tucanas nesta sexta-feira (31) em Rio Preto. A pauta oficial, segundo o presidente do partido na cidade, Manoel de Jesus, foi analisar a situação municipal, o problema do coronavírus e também a campanha dos vereadores. Fora da cúpula, há críticas de que o partido tem feito muita reunião e pouca ação efetiva no sentido de colocar na vitrine de vez Renato Pupo, o pré-candidato da legenda a prefeito. 

Parecer 1
O promotor de Justiça Ricardo Manuel Castro deu parecer contrário ao requerimento do advogado do ex-senador Aloysio Nunes (PSDB) pedindo segredo de Justiça em ação do Ministério Público contra o tucano, na qual ele é acusado de receber R$ 500 mil de propina da Odebrecht. 

Parecer 2  
De acordo com Castro, "no inquérito policial cujo compartilhamento de provas foi deferido pelo Supremo Tribunal Federal não existe fundamento jurídico para a manutenção desta restrição”. O promotor disse ainda que "documentos e anexos das delações premiadas não foram ainda juntados aos autos”. O promotor afirmou nesta sexta-feira (31) que os documentos físicos serão apresentados à Justiça "tão logo ultrapassada a fase de distanciamento social decorrente da pandemia da Covid-19”. 

Outro lado
O ex-senador Aloysio Nunes considera a ação abusiva porque, segundo ele, o promotor se utilizou do mesmo fato já investigado e arquivado anos atrás como base para uma ação civil pública. Leia abaixo a nota completa enviada pelo tucano ao DLNews. 

"Esta ação civil pública baseia-se, exclusivamente, na delação premiada de Carlos Armando Paschoal, ex-diretor da Odebrecht. Com base nessa delação foi instaurado um inquérito policial conduzido pela Polícia Federal. Após dois anos de investigação, o inquérito foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal, uma vez que não foi encontrada nenhuma prova que pudesse a vir embasar uma ação penal. 

Agora, dois anos depois do arquivamento do inquérito, a mesma delação serve de pretexto para um membro do Ministério Público Paulista propor uma ação civil pública contra mim. No depoimento a que me referi acima, no contexto do inquérito – repito, já arquivado – o senhor Carlos Armando Paschoal afirma que me procurou quando eu era chefe da Casa Civil do governo de São Paulo, com a finalidade de ter a minha ajuda para resolver pendências entre a construtora e o governo, no exercício das minhas atribuições na Casa Civil. Nesse mesmo depoimento, o ex-diretor esclarece que em nenhum momento, durante essas gestões, eu pedi qualquer tipo de contrapartida à empresa, só tendo tratado de contribuição financeira para minha campanha ao Senado, quando eu já havia me descompatibilizado do cargo que eu ocupava, tanto é assim que, a solicitação que, segundo ele, eu lhe fiz, ocorreu já no meu comitê de campanha eleitoral no Edifício Joelma. 

Procurei, sim, obedecendo a legislação da época, contribuições de empresas para a minha campanha para o Senado. Mas só o fiz depois de ter me descompatibilizado do meu cargo de secretário de Estado. Para as empresas a quem recorri, sem exceção, insisti que fizessem suas contribuições seguindo as exigências da Lei Eleitoral daquele momento, mesmo porque eu precisava de receitas legítimas para fazer face ao pagamento das empresas fornecedoras dos diferentes itens da campanha.

Em sua delação, Carlos Armando não responde às perguntas cruciais que lhe foram feitas pela autoridade policial: se a contribuição foi "por fora”, quem fez o pagamento? Quem teria recebido os recursos? Onde esses pagamentos teriam sido feitos? São perguntas para as quais ele não teve respostas para a Polícia Federal naquela época e nem terá agora na instrução da ação proposta. É por isso que estou certo que a ação será julgada improcedente. 

É preciso esclarecer que uma das atribuições clássicas da Casa Civil é exatamente essa: a de agir para resolver problemas surgidos entre a Administração e suas contratadas, especialmente quando esses problemas podem levar à frustração de programas prioritários do governo. Muitas vezes, durante a construção do Rodoanel, surgiram divergências entre as empresas responsáveis pelos diferentes lotes da obra e a Dersa. E foram várias as razões para que isso acontecesse. O cronograma estipulado no contrato era exíguo para obra tão complexa. Havia inúmeras interfaces com as prefeituras dos municípios que ele atravessa. Os desafios ambientais foram imensos. Tivemos de proceder a mais de 3 mil desapropriações. O financiamento vinha tanto da fonte estadual como da federal e os seus desembolsos precisavam ajustar-se ao ritmo da obra. E, acima de tudo, um problema que não pode ser subestimado, o fato de as construtores estarem mais afeitas a trabalhar à larga, mediante contratos firmados na modalidade de preço unitário, que dá margem aos famigerados aditivos, em vez de operar no regime de empreitada global, a que elas tiveram que se submeter (a contragosto) no início do governo Serra. 

Não apenas a construtora Odebrecht, mas as demais construtoras, sem exceção, mais de uma vez me procuraram em busca de superação de impasses que exigiam a intervenção de uma instância – a Casa Civil – que coordenasse a atuação de diferentes órgãos governamentais, sempre nos marcos da legislação e do interesse público. A mera suposição do promotor que firma a inicial da ação civil – de que eu fosse movido por uma intenção subalterna quando exerci uma das mais características atribuições da Casa Civil –, é simplesmente abusiva. 

Abusiva, sim, porque o promotor faz mal uso de suas atribuições ao tentar ocupar a atenção do aparelho judicial com uma pretensão punitiva que, fatalmente, será frustrada, uma vez que, como já disse, os fatos em que ela se baseia foram aprofundadamente investigados sem que nenhuma prova que me incriminasse tenha sido produzida. Pelo contrário, ao examinarmos cautelosamente o depoimento do Sr. Carlos Armando Paschoal veremos que minha melhor defesa são as declarações do próprio Carlos Armando Paschoal a meu respeito: "O chefe da Casa Civil é o segundo homem do Estado e eu não tinha acesso ao governador. Me prometeu ajudar nas várias conversas que a gente teve. Não que tivesse algum vínculo com a contribuição que eu estava dando, mas acabou não ajudando. As empresas estatais têm uma vida própria. Não andou. Nós tivemos que entrar com ações judiciais contra a Dersa – eram valores superiores a 100 milhões de reais (e, diga-se de passagem, estamos ganhando todas)”. Esse depoimento foi tornado público em 2017.” 







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