Esta e outras apostilas servem de material de apoio escolar e são regularmente distribuídas pela própria Secretaria Estadual de Educação, dentro do programa "São Paulo faz Escola”. Segundo nota da secretaria, o conteúdo didático segue, entre outras fontes abalizadas, o manual do Ministério da Educação.
Apesar disso, a inclusão da diversidade de gênero em um dos cadernos foi considerada "um erro inaceitável”, segundo afirmou o governador em uma postagem no Twitter.
"Fomos alertados de um erro inaceitável no material escolar dos alunos do 8º ano da rede estadual. Solicitei ao Secretário de Educação o imediato recolhimento do material e apuração dos responsáveis. Não concordamos e nem aceitamos apologia à ideologia de gênero”, disse o governador tucano.
"O conteúdo do texto criticado não faz apologia a qualquer ideologia ou gênero específico, limitando-se a explicar as diferenças conceituais entre sexo biológico, identidade de gênero e orientação sexual”, afirma a deputada estadual paulista professora Bebel (PT), presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp).
Já a nota da Secretaria de Educação do Estado afirma que o tema da identidade de gênero "está em desacordo com a Base Nacional Comum Curricular, aprovada em 2017 pelo Ministério da Educação, e também com o Novo Currículo Paulista, aprovado em agosto de 2019”.
A Base Nacional Comum Curricular deixou no tema em aberto – cabendo a estados e municípios decidirem o que fazer, diz a representante da Apeoesp. "Inaceitável é um LGBT ser morto a cada 20 horas no Brasil. Inaceitável é a desigualdade entre homens e mulheres persistir. Inaceitável é o feminicídio, que no país tem um taxa 74% superior à média mundial. Discutir a diversidade é preparar gerações para um futuro sem ódio”, afirmou Bebel.
A decisão de Dória ocorre no mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou que prepara um projeto de lei "que proíba ideologia de gênero no ensino fundamental”.