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kelvin kaiser: recado para o prefeito e para suas bases
Foto por: Divulgação
kelvin kaiser: recado para o prefeito e para suas bases

Acirp reage a cancelamento de reunião sobre abertura do comércio e cobra nova data de Edinho

Por: Maria Elena Covre, Fabrício Carareto e Lucas Israel
30/03/2020 às 20:12
Bastidores

Entidade diz que sempre defendeu avaliação zelosa da Prefeitura em face do coronavírus, mas reunião valia pelo diálogo


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Já sob a gestão do empresário Kelvin Kaiser, que assumiu na sexta-feira, dia 27, a Acirp emitiu uma nota se dizendo "desapontada” com o cancelamento da reunião, por parte do prefeito Edinho Araújo (MDB), marcada para esta segunda. No encontro, acordado semana passada, seria apresentada pelo emedebista a decisão sobre pedido de relaxamento de medidas restritivas ao funcionamento de serviços não-essenciais em Rio Preto. 

Logo cedo
No entanto, logo na manhã desta segunda (30), o prefeito emitiu comunicado dizendo que manteria as restrições até o dia 7 de abril, com base na curva ascendente dos casos de coronavírus na cidade avaliados no domingo (29) com integrantes do comitê de combate ao coronavírus. No comunicado, ele dizia também que a reunião estava desmarcada.

Como assim? 
"Desde o início, a Acirp defende a avaliação zelosa da Prefeitura Municipal em face do coronavírus, priorizando a saúde dos nossos funcionários, clientes e empresários, mas equilibrando as possibilidades de evolução do cenário de contágio com os impactos na economia”, começa a nota a tradicional entidade. 

Nova data com urgência 
Ainda segundo a Acirp, a reunião valia pelo diálogo aberto com a sociedade, e para a discussão necessária sobre possíveis caminhos para uma decisão estratégica que olhe a classe empresarial. "Daí, reiterarmos o pedido ao prefeito de designar nova data, em caráter de urgência, para a reunião suspensa, ainda que em formato virtual”, diz o documento. 

Questão de sobrevivência
A Acirp diz ainda entender que as resoluções têm de ser técnicas, amparadas pela ciência e área médica do comitê gestor de enfrentamento do coronavírus de Rio Preto, mas que o setor empresarial necessita de cenários para a tomada de decisões gerenciais de sobrevivência neste momento! 

Já está na hora  
"A entidade montou um Comitê de Crise Permanente, formado inclusive com profissionais técnicos, e entende que a situação é complexa; sabe a importância do isolamento social para barrar a contaminação e salvar vidas,  acompanha as análises diárias fornecidas pela Secretaria de Saúde. Porém, já está na hora de começar a discutir as medidas emergenciais que precisam ser tomadas com vistas à flexibilização do funcionamento das empresas e retomada do vigor da economia.”

Legalista
A entidade finaliza se dizendo legalista. "É na ordem e na institucionalidade que defende os direitos dos seus associados, a quem convida para dedicar-se a estudar e acompanhar as medidas que podem minimizar o impacto desta pandemia.”

Barulho das ruas 
A linha adotada pela Acirp não deixa de ser estratégica diante da movimentação da sexta-feira (27), quando um grupo formado por parte do empresariado, estimulado pelo Movimento Bolsonaro Rio Preto, conseguiu levar gente para a rua em protesto barulhento, apesar de irregularidades apontadas pela Polícia Militar e pelo Ministério Público. A entidade entendeu o recado. 

Mais críticas 
O empresário Denilson Marzocchi, uma das lideranças do protesto de sexta, diz lamentar a forma como o prefeito decidiu a apresentar sua decisão (via imprensa). "É claro que defendemos a retomada das atividades produtivas, mas somos pessoas dignas e merecedoras do respeito da sociedade, dos governantes e principalmente por aqueles que normalmente nos julgam, que são as autoridades judiciais, que mais uma vez demonstraram o que significamos para eles ao referirem-se a nós da forma como fizeram”, afirmou. 

Não foi baderna 
Segundo Denilson, a carreata, diferentemente do que diz o Ministério Público, não provocou baderna. "Não infringimos as leis de trânsito, não fizemos multidão, pois estávamos dentro dos veículos. Respeitamos a ordem e seguimos as orientações da PM e da GCM.” 

Batalha silenciosa 
Sobre possíveis reações, ele diz que, apesar da indignação, o grupo vai seguir respeitando a lei. "E como todo bom empresário, sabemos o peso que tem a caneta e o martelo”, afirma. E deixa no ar um recado cifrado. "Mas também não nos curvamos  e as respostas virão de várias formas. Os governos precisam do empresário e nos sabemos onde aperta o calo deles. Nossa batalha agora é silenciosa, sem buzinaço."

Forcinha do MP 1
Em relação aos organizadores do buzinaço, mais agressivos nos métodos que as lideranças da Acirp, Edinho contou com uma ajuda e tanto do Ministério Público para conter novas ações do gênero, tidas como "politizadas”. 

Forcinha do MP 2
No sábado (28), um dia após o buzinaço, os promotores de Justiça Carlos Romani, Sérgio Clementino e Claudio Santos de Moraes divulgaram uma carta de recomendações ao município devido à pandemia de coronavírus. Os três são representantes das promotorias de Justiça de Saúde Pública e Proteção aos Direitos Humanos da comarca de Rio Preto. 

Forcinha do MP 3
No documento, o trio destaca que a Saúde é "direito fundamental social assegurado pela Constituição Federal, expressando prioridade e demais direitos subjetivos". E que "o direito à livre manifestação de pensamento não pode colocar em risco os demais direitos". Eles recomendam ainda a promoção de uma ação civil para condenar os responsáveis (pelo buzinaço) a indenizar o município em valores equivalentes ao dos respiradores pulmonares, cuja aquisição extra será necessária por conta de terem contribuído para o colapso do sistema de saúde municipal.

Virou campanha 
Se a crise do coronavírus precipitou a disputa de 2022 entre o governador João Doria (PSDB) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), também atropelou o processo eleitoral deste ano em Rio Preto. 

No palanque 
A maioria dos que já se posicionam como pré-candidatos à prefeitura está no palanque virtual fazendo cobranças ao prefeito Edinho Araújo (MDB), que também tem encontro marcado com as urnas em outubro.  

"Perdendo tempo” 
O ex-prefeito Valdomiro Lopes (PSB) volta à cena na construção de uma narrativa oposicionista e eleva cada vez mais o tom das críticas. Ele voltou a postar vídeos nas redes sociais, e a distribuí-los em grupos de Whatsapp, sobre o tema. No primeiro, o ex-prefeito, na condição de médico, "aconselhou” Edinho sobre medidas que, ao ver dele, deveriam ser adotadas. No segundo, já "acusa” o poder público municipal de "perder tempo na corrida contra o coronavírus”. 

Fim de noivado? 1
Renato Pupo, pré-candidato a prefeito pelo PSDB, e o presidente municipal do PSL, Marco Casale,  trocaram aliança de noivado em público, anunciando, com direito a foto posada e tudo, que iam caminhar juntinhos na disputa deste ano. Mas parece que Casale decidiu romper o compromisso e nem avisou a parte interessada. 

Fim de noivado? 2
Num vídeo gravado nesta segunda-feira (30) endereçado aos candidatos a vereador pelo PSL, Casale se apresenta como pré-candidato a prefeito. E reforça que a legenda terá um palanque forte com apoio do deputado federal Júnior Bozzella, presidente estadual da sigla, e do senador Major Olímpio, que demonstra urticária a qualquer partidário do governador João Doria (PSDB). 

Fim de noivado? 3
O fato é que Casale fez jogo de cena e juras de amor, mas Renato Pupo titubeou ao acertar o dote desejado, que era o posto de vice. O representante do PSL saiu se dizendo o "noivo”, mas o tucano dizia que era cedo para tal definição. Pelo jeito, só uma longa DR pode restabelecer esse noivado. Ou não. 

Ficou difícil 1
A volta do ex-prefeito Valdomiro Lopes (PSB) na pele de candidatíssimo pode frustrar expectativas do PDT de Carlos de Arnaldo, que via com grande simpatia a ideia de editar aqui uma parceria entre as duas legendas para as eleições deste ano, como ocorreu na Capital. Ambos, inclusive, até começaram conversas em torno do assunto. 

Ficou difícil 2
Mas o cenário ideal ambicionado do pedetista era sair como cabeça de chapa com um vice do PSB, preferencialmente Orlando Bolçone, tendo Valdomiro e toda sua expertise em disputas eleitorais na retaguarda. Tudo indica que o ex-prefeito tem outros planos. Resta saber se Carlos de Arnaldo se contentaria com o papel de vice. 

Um pé e meio 
Orlando Bolçone, por sua vez, está com um pé e meio fora do PSB. O DLNews apurou que ele tomaria a decisão do que fazer entre segunda (30) e terça (31). No DEM, a ida dele, costurada pelo vice-governador Rodrigo Garcia em pessoa, já era dada como "certíssima”, com data para anúncio: dia 3, véspera do prazo final das filiações. 

Bem pago 
O rio-pretense Danilo Campetti, que se afastou do cargo de agente da Polícia Federal para assumir um cargo periférico no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) virou notícia na edição da Revista Época desta semana. A publicação cita o fato de o policial, que foi um zeloso segurança do então candidato à presidente e seu fã incondicional nas redes sociais, ter ganho um cargo com vencimentos de R$ 13,6 mil mensais em Brasília. 







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