A orientação da secretaria para quando os professores identificarem casos de bullying é fazer a mediação, ouvir os alunos envolvidos para descobrir o motivo e comunicar os pais para orientação. "É importante que todos os estudantes envolvidos sejam orientados, tanto os que realizaram como os que sofreram o bullying. O acompanhamento da escola e da família é essencial”, encerra a nota.
Bullying pode causar depressão
Luciene Tognetta, especialista em psicologia na educação da Unesp de São Paulo disse, ao DLNews que a criança que sofre com esse tipo de violência pode desencadear depressão. "Os sinais mais comuns em crianças que sofrem com essa prática são isolamentos, sentimento de solidão, explosão de sentimentos de raiva, automutilação. A criança não quer ficar em grupos, evita público, não quer ir para escola ou para qualquer lugar que tenha pessoas”, ressaltou.
De acordo com Luciene, o grande problema do bullying é ser uma violência peculiar, porque é invisível aos olhos da autoridade. É uma violência típica da relação entre pessoas da mesma hierarquia, ou seja, em sua maioria, amigos ou colegas de classe. "Geralmente é praticado longe de pessoas que podem tomar providência. As crianças não conseguem expressar e nem contar para seus responsáveis, pois têm medo que sejam enfrentadas pelos praticantes, por isso é muito difícil identificar quando a criança está sofrendo bullying”, disse a especialista.
Luciene afirmou que as escolas não estão preparadas para lidar com o bullying. "Os profissionais não sabem até quando a brincadeira é saudável entre os alunos. Quem deve identificar se a criança está sofrendo bullying são os próprios pais e conversar com ela. Mas as escolas devem aderir um programa que dê conta de estabelecer o cuidado ao bullying e promover a cultura da paz”, aconselhou.
Lei de combate ao bullying
Desde fevereiro de 2016, uma lei federal determina que todas as escolas públicas e privadas do Brasil devem "assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à intimidação sistemática (bullying)".
A lei deixa claro que bullying não se trata apenas de violência física, mas também pode ser verbal, moral, sexual, social, psicológico, físico, material e, inclusive, virtual. Isso inclui "comentários sistemáticos e apelidos pejorativos", por exemplo, além de "grafites depreciativos", "expressões preconceituosas" e "isolamento social consciente e premeditado", entre outros.
Abaixo, seis passos para identificar e combater o bullying:
1. Reconhecer a existência do bullying
2. Conhecer e cumprir a lei de combate ao bullying
3. Transformar os valores dos alunos
4. Engajar os professores
5. Envolver os pais na vida escolar
6. Não subestimar o cyberbullying