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O pequeno Quaden Bayles no vídeo gravado por sua mãe
Foto por: Reprodução/Youtube
O pequeno Quaden Bayles no vídeo gravado por sua mãe

Garoto de 9 anos pede para morrer e expõe crueldade do bullying; veja vídeo

Por: Ana Júlia Prado
21/02/2020 às 13:14
Cidades

O vídeo de um garotinho australiano de 9 anos de idade viralizou pela internet e reacendeu a questão do bullying.


Nas imagens que a mãe publicou nas redes sociais, o pequeno Quaden Bayles, que sofre bullying na escola por seu nanismo, diz que quer se matar e pede uma faca para a mãe. 

"Acabei de pegar meu filho na escola, presenciei um episódio de bullying, liguei para o diretor e quero que as pessoas saibam (pais, educadores, professores) esse é o efeito que o bullying tem", diz a mãe, que grava o menino enquanto ele chora sentado no carro da família.

Pessoas de todo o mundo se uniram em apoio ao garotinho. O vídeo, visto mais de 14 milhões de vezes, gerou uma série de mensagens de apoio a ele nas redes sociais. Celebridades se pronunciaram como o ator Hugh Jackman, que disse: "Você é mais forte do que imagina, companheiro" e pediu a todos que "sejam gentis". O jogador de basquete Enes Kanter tuitou: "O mundo está com você" e convidou a família para um jogo da NBA, liga de basquete americana. Eric Trump, filho do presidente dos EUA, descreveu o vídeo como "absolutamente comovente". Além disso, pais de outros países compartilharam vídeos de seus filhos com mensagens solidarias.

Bullying em Rio Preto
De acordo com a Secretaria de Educação em Rio Preto, não há um levantamento geral dos casos porque eles são tratados nas escolas. "Na rede municipal, esse trabalho é realizado pelos professores e gestores (coordenadores pedagógicos e diretores). A orientação é investir na prevenção por meio de assembleias, rodas de conversa e projetos específicos”, afirmou a pasta, em nota.

A Secretaria diz ainda que a rede municipal atende, na sua maioria, crianças de até 10 anos e, por isso, os casos de bullying seriam isolados. Para a resolução de conflitos, de maneira geral, a Educação informou que busca "possíveis caminhos baseados na metodologia dialógica e no desenvolvimento de competências e habilidades emocionais, como capacidade de escutar, a empatia, a compreensão, o entendimento da diversidade humana, a cooperação e assim por diante".

A orientação da secretaria para quando os professores identificarem casos de bullying é fazer a mediação, ouvir os alunos envolvidos para descobrir o motivo e comunicar os pais para orientação. "É importante que todos os estudantes envolvidos sejam orientados, tanto os que realizaram como os que sofreram o bullying. O acompanhamento da escola e da família é essencial”, encerra a nota.

Bullying pode causar depressão 
Luciene Tognetta, especialista em psicologia na educação da Unesp de São Paulo disse, ao DLNews que a criança que sofre com esse tipo de violência pode desencadear depressão. "Os sinais mais comuns em crianças que sofrem com essa prática são isolamentos, sentimento de solidão, explosão de sentimentos de raiva, automutilação. A criança não quer ficar em grupos, evita público, não quer ir para escola ou para qualquer lugar que tenha pessoas”, ressaltou.

De acordo com Luciene, o grande problema do bullying é ser uma violência peculiar, porque é invisível aos olhos da autoridade. É uma violência típica da relação entre pessoas da mesma hierarquia, ou seja, em sua maioria, amigos ou colegas de classe. "Geralmente é praticado longe de pessoas que podem tomar providência. As crianças não conseguem expressar e nem contar para seus responsáveis, pois têm medo que sejam enfrentadas pelos praticantes, por isso é muito difícil identificar quando a criança está sofrendo bullying”, disse a especialista.

Luciene afirmou que as escolas não estão preparadas para lidar com o bullying. "Os profissionais não sabem até quando a brincadeira é saudável entre os alunos. Quem deve identificar se a criança está sofrendo bullying são os próprios pais e conversar com ela. Mas as escolas devem aderir um programa que dê conta de estabelecer o cuidado ao bullying e promover a cultura da paz”, aconselhou.

Lei de combate ao bullying 
Desde fevereiro de 2016, uma lei federal determina que todas as escolas públicas e privadas do Brasil devem "assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à intimidação sistemática (bullying)". 

A lei deixa claro que bullying não se trata apenas de violência física, mas também pode ser verbal, moral, sexual, social, psicológico, físico, material e, inclusive, virtual. Isso inclui "comentários sistemáticos e apelidos pejorativos", por exemplo, além de "grafites depreciativos", "expressões preconceituosas" e "isolamento social consciente e premeditado", entre outros.

Abaixo, seis passos para identificar e combater o bullying:
1. Reconhecer a existência do bullying
2. Conhecer e cumprir a lei de combate ao bullying
3. Transformar os valores dos alunos
4. Engajar os professores
5. Envolver os pais na vida escolar
6. Não subestimar o cyberbullying









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