Homem de 69 anos recebeu alta há 8 meses, mas familiares dizem não ter condições de cuidar dele
O Hospital de Base (HB) de Rio Preto recorreu à Justiça para que a Prefeitura de Uchoa assuma os cuidados de um paciente de 69 anos que desde abril deste ano passa por uma verdadeira peregrinação entre Uchoa, Rio Preto e Santa Fé do Sul. Atualmente ele está internado no HB, mas recebeu sua primeira alta há 9 meses. Mesmo assim, a família afirma que não tem condições de cuidar do idoso e, por isso, ele permanece ocupando um leito do hospital.
O caso começou em abril deste ano, quando o idoso foi
internado para uma cirurgia de emergência, causada por uma diverticulite. Na
ocasião, ele necessitou ser colostomizado e então passou a excretar por uma
bolsa externa.
Em 8 de maio, ele deveria ter recebido alta, mas as duas filhas e uma irmã se recusaram a assinar o documento. A justificativa foi a de que nenhuma delas teria condições de prestar cuidados ao paciente. Então, a Prefeitura de Uchoa, cidade onde o idoso reside, foi acionada por meio da Secretaria de Saúde e afirmou que também não teria condições de disponibilizar um local adequado ao homem em uma instituição de longa permanência.
Mais de um mês depois, no dia 10 de junho, ele foi
transferido para a unidade de cuidados prolongados da Santa Casa de Santa Fé do
Sul, onde ficou até o início do mês de novembro, quando o homem retornou a Rio Preto para
uma cirurgia de reconstrução. Na época foi verificada uma possibilidade de, em caso de
reconstrução do intestino, uma instituição de Guapiaçu abrigá-lo, sob
responsabilidade de uma sobrinha, que não teve êxito.
Novamente o Hospital tentou uma solução junto com a Secretaria de Saúde de Uchoa, mas sem sucesso. Outra possibilidade, a de uma instituição de longa permanência da região recebê-lo, também é remota, pois desde novembro não houve nenhuma manifestação afirmativa neste sentido.
O pedido feito pelo HB ainda exige que a prefeitura de Uchoa, além de disponibilizar um local onde o idoso seja corretamente atendido, também efetue o transporte do paciente entre Rio Preto e Uchoa. O hospital alega que a permanência dele acarreta risco de infecção hospitalar.
O caso tramita na 1ª Vara da Fazenda Pública de São José do Rio
Preto.