Na entrada do Palácio do Alvorada, onde parou para cumprimentar um grupo de eleitores, ele chamou a jovem ativista de "pirralha" ao ser perguntado sobre o assassinato de dois indígenas da etnia guajajara no sábado (7), no Maranhão.
A garota disse que as populações indígenas têm sido mortas no Brasil por proteger a floresta amazônica. Desde 2013, os guajajaras atuam para a repressão a crimes ambientais, em um grupo chamado "Guardiões da Floresta".
"Qual o nome daquela menina lá? De fora, lá? Greta. A Greta já falou que os índios morreram porque estavam defendendo a Amazônia. É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí. Pirralha", disse Bolsonaro.
O presidente afirmou que "qualquer morte preocupa" no país e que o governo federal quer fazer cumprir a lei e reduzir o desmatamento ilegal no país. Entre agosto de 2018 e julho de 2019, o Brasil bateu o recorde do desmatamento na Amazônia desta década.
"Preocupa, qualquer morte preocupa. Nós queremos cumprir a lei, somos contra o desmatamento ilegal, somos contra a queimada ilegal. Tudo que for contra a lei nós somos contra", disse.
Na segunda-feira (9), o ministro da Justiça, Sergio Moro, anunciou portaria que autorizou o envio da Força Nacional para a segurança de índios no Maranhão. A medida, no entanto, excluiu a terra indígena que apresenta o maior número de invasões, roubos de madeira e caça ilegal.
A iniciativa deixa de fora a Terra Indígena Arariboia, com 413 mil hectares e 12 mil índios, que vive um clima de tensão e ameaças veladas desde o dia 1º de novembro, quando Paulo Paulino Guajajara foi morto com um tiro por um invasor.
O governo do Maranhão teve de tirar às pressas de Arariboia três "guardiões" ameaçados. Desde então, os principais líderes indígenas da região cobram apoio do governo federal para garantir mais segurança.