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A bebê que ficou gravemente ferida depois de ser mordida pelo próprio pai, Willian dos Santos Domingos, de 23 anos, recebeu alta hospitalar, nesta quinta-feira (21), depois de ficar 60 dias internada no Hospital da Criança e Maternidade (HCM), em Rio Preto.

Willian se entregou na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), no dia 19 de setembro, seis dias depois que a bebê, que ainda tinha 32 dias de vida, foi internada. Ele foi encaminhado para o Centro de Detenção Provisória (CDP).

De acordo com a delegada Margareth Franco, que coordenou as investigações, o pai mordeu a filha de forma indiscriminada. "Ele contou detalhadamente o que aconteceu. Disse que surtou com o choro da criança a começou a mordê-la”, disse. A delegada se emocionou ao contar sobre as lesões no corpo da criança.

"Não há uma parte do corpo dela que não esteja mordida, ela chegou a perder os sentidos. Acredito que cumpri a minha parte, meu compromisso era com a Emilly e isso eu consegui. Ela está reagindo bem, é uma sobrevivente”, contou com os olhos cheios de lágrimas.

Ainda de acordo com a policial, Willian já cumpriu pena de cinco anos por roubo e receptação. Ele estava solto havia três meses. "Ele vai responder por tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe. É uma repulsa causada à sociedade. Nada justifica o que ele fez com a própria filha, que é um bebê de um mês de vida, indefesa”, afirma. A pena é de 12 anos de prisão.

As investigações apontaram que a mãe de Willian, avó do bebê, tentou atrapalhar o trabalho da polícia, induzindo a irmã da vítima, de seis anos (fruto de outro relacionamento da mãe de Emily), a mentir no hospital.

"Ela disse para a criança mentir e dizer que a Emilly estava aos cuidados dela. Apesar de a mãe da vítima também estar abalada, todos tentam defender o Willian”. A avó paterna do bebê está sendo investigada.

O Conselho Tutelar também acompanha o caso, que será encaminhado para a Vara da Infância e Juventude.

Entenda o caso

Willian era investigado e procurado pela polícia desde a última sexta-feira (13), depois que a criança deu entrada no Hospital da Criança e Maternidade (HCM) em estado grave. A paciente continua internada na instituição.

Segundo o boletim de ocorrência, a mãe do bebê saiu para trabalhar e deixou as duas filhas (uma de seis anos, fruto de outro relacionamento) com o marido. Willian teria se irritado com os choros da filha e teria ligado para avisar a mulher que estava "surtando”. Em seguida, agrediu a filha com mordidas. A DDM descartou a possibilidade de abuso sexual.