Notícias

A sessão, presidida pelo juiz Dasser Lettiére Júnior, da 4ª vara da Justiça Federal, durou mais de seis horas – com início às 14h e encerramento após as 20h.

O médico, que atua há mais de 30 anos na profissão e 15 anos na saúde pública da cidade, é acusado pelo Ministério Público Federal de praticar estelionato, fraudando o controle de ponto do Sistema Único de Saúde (SUS) entre julho de 2016 e agosto de 2018. As fraudes, de acordo com a denúncia do MPF, teriam acontecido em um período de 164 dias. 

Na ocasião, Almendros teria trabalhado no seu consultório particular e dado aula em uma faculdade de medicina no período em que deveria estar cumprindo a carga horária da Secretaria de Saúde. Almendros, que atuou como secretário da Saúde de 2006 a 2008, exercia as atividades como servidor público no antigo Ambulatório Regional de Especialidades (ARE), no Hospital Dia e na Unidade de Atendimento Especializado (SAE/CRT/HIV/Aids).

O processo tramita em segredo de Justiça há quase um ano. Em janeiro, a Justiça Federal determinou o bloqueio de mais de R$679 mil (entre bens materiais e todo o patrimônio do cirurgião plástico). O montante já foi desbloqueado.

A reportagem do DLNews conversou com o ex-secretário de Saúde, que afirmou estar tranquilo com a situação. "Eu estou muito tranquilo e apresentei ao juiz documentos que comprovam que a denúncia é uma inverdade. Para mim está claro que se trata de uma perseguição política”, afirmou.

O caso chegou até o MPF depois que um servidor público da Secretaria de Saúde fez uma denúncia anônima contra o médico. O ex-secretário pediu afastamento não remunerado por dois anos e, atualmente, atende pacientes apenas em sua clínica particular. 

Segundo informações apuradas pela reportagem, no final da gestão do ex-prefeito Valdomiro Lopes, Almendros foi procurado por diversos profissionais da saúde, que questionaram se ele voltaria a ser secretário da pasta, caso o atual prefeito Edinho Araújo fosse reeleito.

"Eu não tinha interesse em voltar a coordenar a pasta, mas essa possibilidade deve ter incomodado algumas pessoas. Em 15 anos que trabalho na saúde pública da cidade, nunca recebi qualquer reclamação de funcionários ou de pacientes”, disse.  

Em 2016, a Secretaria de Saúde abriu uma sindicância para apurar o caso, mas, por falta de provas, foi arquivada. A data da próxima audiência ainda não foi informada.