Entre os cuidados estão camas de feno, cobertores, lonas, aquecedores e mudanças alimentares para espécies mais vulneráveis
O Zoológico de Rio Preto, órgão da Secretaria
Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, está adotando novos protocolos que
visam proteger os animais, especialmente os mais vulneráveis, diante da onda de
frio extremo prevista para esta semana.
De acordo com a prévia do Plano Municipal de
Adaptação e Resiliência à Mudança do Clima, que está sendo elaborado pela
Secretaria de Meio Ambiente junto à Secretaria de Estado de Infraestrutura e
Meio Ambiente, dentro do Projeto Municípios Paulistas Resilientes, Rio Preto e
região serão afetadas cada vez mais por ondas de frio extremo, resultado das
mudanças climáticas que afetam todo o planeta.
O Zoo Rio Preto abriga mais de 300 animais em seu
plantel, de cerca de 80 espécies diferentes. Algumas são de outras regiões do
Brasil e do mundo, incluindo as que são de climas quentes durante todo o ano e
também aquelas da nossa fauna que não são adaptadas a ondas mais extremas de
frio.
Impacto do
frio
De olho
nisso, a administração do Zoológico está adotando algumas mudanças nos
cuidados, incluindo a alimentação, melhorias nos recintos e aquecimento para os
animais que, por conta das espécies, são mais vulneráveis às quedas de
temperaturas. "A queda de temperatura afeta o homem, mas também os animais e
vegetais. Por conta disso, os animais podem alterar o seu comportamento para se
protegerem das baixas temperaturas. Alguns preferem os dias mais quentes, como
os macacos-aranha e as tartarugas da Amazônia, que são animais de clima
equatorial; enquanto outros se sentem bem à vontade com este frio todo, como os
animais de Mata Atlântica, por exemplo os gatos-do-mato e as antas, que podem
suportar facilmente temperaturas abaixo de 15ºC”, explica o veterinário do
Zoológico, Guilherme Guerra Neto.
Espécies
vulneráveis
Alguns mamíferos,
as aves e os répteis em geral, precisam receber uma atenção especial nesta
época do ano por serem mais sensíveis à queda de temperatura, principalmente
animais idosos, filhotes e enfermos. "Estes grupos podem inclusive desenvolver
problemas respiratórios graves, como as tartarugas-da-Amazônia, por exemplo,
que precisam ser protegidas em caixas d’água com temperatura controlada para
prevenir as pneumonias de inverno”, exemplifica Guerra Neto.
Em geral, os
primatas também precisam de proteção contra os dias frios, tanto que nos
zoológicos da América do Norte e Europa, os recintos são equipados com áreas
internas protegidas e com temperaturas controladas.
Medidas para aquecer
Para atender
às necessidades trazidas pela queda na temperatura, há uma ligeira alteração na
rotina diária do Zoo. Alguns animais recebem uma camada extra de feno em seus
abrigos, o que serve para aquecer o ambiente, além de cobertores e aquecedores
de ar, que mantêm uma temperatura agradável e estável no local. "Essas medidas
garantem mais conforto e bem-estar aos animais, principalmente à noite. Em
alguns recintos, os visitantes também poderão ver coberturas feitas com lonas
ou cortinas de plástico, usadas como quebra-vento”, acrescenta o veterinário.
A alimentação de algumas espécies também muda nesta época mais fria. Há o
fornecimento de uma quantidade maior de alimento e de itens mais calóricos para
compensar a demanda energética que cresce no inverno, como são os casos de
algumas aves e pequenos primatas.
Visitas
outono/inverno
Para quem
quer visitar o Zoo de Rio Preto nos dias frios, o veterinário dá algumas dicas.
"As pessoas devem planejar seu passeio para as horas mais quentes da manhã e da
tarde, pois assim como nós, os animais irão procurar se expor ao sol para se
aquecer e será mais fácil visualizá-los nestes momentos”, disse Guerra Neto.