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Heitor Mazzoco

Jornalista


República na UTI

Por: Heitor Mazzoco
26/08/2019 às 10:55
Heitor Mazzoco

Em novembro deste ano, o Brasil completará 130 anos de um período que levou, leva e ainda levará o País ao caos definitivo: a República. Infestada de supostos homens de bem que pensam no futuro da Nação, nenhum chegara aos pés de Dom Pedro II.

Mas este texto não tem como finalidade bajular a Monarquia, porque foi com a tropa de dom João VI que o brasileiro aprendeu – e jamais esqueceu – a colocar desprezíveis no poder.  

Desde a Proclamação da República tivemos ditadores, populistas e golpistas que ceifaram vidas e levaram o Brasil ao poço. Minha ousadia permite uma questão: por favor, caro leitor, cite três grandes presidentes em 130 anos. Fácil? Difícil? 

Muitos pensarão em Getúlio Vargas, um amante do poder que, para se perpetuar, guiou uma ditadura. Preconceituoso, aparelhou-se idealmente com Mussolini e Hitler. Entregou Olga Benário para a Gestapo, ditou leis contra imigrantes e se vendeu como pai dos pobres. 

Não fossem os EUA, naquele momento, por aqui os campos de concentração seriam piores do que os que existiram no período – Sim, o Brasil teve campo de concentração (volto neste assunto em uma próxima oportunidade). Acovardado, Vargas teve o fim que todos conhecem. Bem longe de um fim de um homem público decente. 

Vamos saltar alguns anos. Vamos para a Ditadura Militar. Primeiro, aqueles homens dos quartéis não deveriam ser chamados de "presidentes”. Foram ditadores. Iguais aos que comandaram o golpe que derrubou a Monarquia em 1889. 

Segundo, "Prendo e bato” é uma das frases mais sujas da história da falida República brasileira. Inclusive, por esta frase, dá para resumir o período. Dita por João Figueiredo, homem que se orgulhava de não ler, de não saber falar. Preferia os cavalos. Pobres cavalos. Se falassem, tomariam ruas pedindo para que Figueiredo se afastasse. 

Os ditadores de 1964 a 1985 nada sabiam. "O milagre econômico” foi milagre mesmo, porque nada fruto de ditadura é pensado ou coordenado. 

Ditadura nefasta que produziu centenas de mortes, centenas de espancamentos. Com respeito, caro leitor, mas problema seu se concorda com esse episódio sangrento da história do nosso País. Não venho defender a malta comunista. Longe de mim. Mas a história é clara, para quem busca conhecê-la, que o Brasil não estava, naquele período, nem um pouco próximo de um golpe de esquerda orquestrado pela União Soviética. 

Pós-Ditadura, o circo continua. Dois presidentes "poetas”, um populista, um caçador de marajás, uma perdida, um privatizador... assim segue a República. 

Agora temos Jair Bolsonaro. Seus bajuladores são iguais aos petistas. Mesmo raciocínio. Só muda a cor da vestimenta. Colocam camisetas com seu rosto estampado – oito meses de governo e essas camisetas estão sumindo das ruas – defendem o indefensável. 

Em pouco tempo de governo, já não deveria estar no Palácio do Planalto. A principal frase digna de um belo impeachment é dizer que não há fome no País. Não adianta tentar arrumar depois o que foi dito. Já foi. Bolsonaro conseguiu, em pouco tempo, entrar para a história. Seguiu o mesmo caminho de Vargas, João Figueiredo e Lula. Entrou pela mesma porta. A porta das frases "díspares”.   

São muitos presidentes que passaram pelo poder em 130 anos. Falarei mais nos próximos capítulos. O leitor merece conhecê-los. Mas o debate inicial é constatar que, em 130 anos, o Brasil ainda não aprendeu o que é República ou faz de conta que não aprendeu.






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