Beto Braga

O dono do muro

Falta um ano para o Brasil escolher um novo presidente ou reconduzir o atual.

Então, passou da hora das pessoas refletirem sobre qual caminho o Brasil deve seguir. 

Sei que não está fácil, os dois principais candidatos têm, igualmente, reservas por parte significativa dos eleitores. Uma coisa que falo há alguns anos(pelo menos uma década) é que não adianta mudar a pessoa que ocupa o principal cargo do executivo, se não houver uma reforma política profunda. Precisamos discutir cláusulas de barreira para evitar o surgimento de partidos políticos inexpressivos, o suplente de senador, voto distrital, entre outros mecanismos que ajudem a fortalecer nossas instituições, a democracia e o sistema político como um todo. Essa, no meu ponto de vista, é a única forma de diminuir com a corrupção que, como temos visto no atual e nos últimos governos, segue minando as estruturas do Estado Brasileiro, perpetuando um eterno rodízio de políticos em cargos relevantes em troca de apoio no legislativo.

Não dá mais pra ficar discutindo se é através de plebiscito ou de referendo, como ocorreu durante o governo Temer, a forma que se deve levar essa importante reforma adiante. Inclusive alertei que essa discussão era inócua e que apenas serviria para levar o tema ao esquecimento. Como de fato ocorreu. 

A realidade é que nenhum candidato, até agora, apresentou uma agenda política contemporânea, moderna, que ofereça soluções viáveis, inclusivas, ambientalmente comprometida, que trabalhe no desenvolvimento do país e de todos os brasileiros, tendo a educação como base para nosso crescimento. Tenho poucas esperanças de que esse candidato surja!!! Dessa forma, é importante que cada um de nós faça uma avaliação dos nomes postos e tome lado. 

O voto nulo ou em branco é uma decisão que deve ser evitada. Afinal, ao fazer isso, você está delegando para outra pessoa a escolha do destino do país. E isso não exclui a sua responsabilidade. Isso porque o voto em branco ou voto nulo significa que o escolhido, teve a sua direta contribuição, na medida que diminuindo o número de votos válidos, aumenta a chance de vitória por margens apertadas. 

Se fosse para escolher entre uma refeição que vai te matar e uma outra com uma toxina que te levará ao hospital, mas que permitirá que sobreviva, me parece que a escolha fica mais fácil. Qual causa o menor dano? Mas se isso ainda não te convenceu a se posicionar, seja por A, B ou C, vou contar a parábola da indecisão: Uma pessoa estava em cima do muro, observando tudo ao redor. De um lado, Deus e os anjos, chamam sem parar: - Desce daí! Não fica aí não! Do outro lado do muro, o diabo assistia a tudo calado. Curiosa, diante do silêncio do Tinhoso, a pessoa no muro, pergunta a ele: - Pq você não me chama pro seu lado? E o diabo responde: - É que o muro é meu. O fato é que a democracia, que foi uma conquista da minha geração, deve ser preservada e fortalecida. Dela não se pode abrir mão!!! Em hipótese alguma!!!