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Carlos Alexandre

Empresário, formado em Administração Pública pela Universidade Federal de Ouro Preto


Erros e acertos de gestão

Por: Carlos Alexandre
02/06/2021 às 08:42
Empresa | Empreendedorismo

Depois de sofrer um ano e meio de devastação nos negócios, fazer uma autocrítica e avaliar o que aconteceu "de verdade” pode ser muito valioso para o futuro.

Depois de sofrer um ano e meio de devastação nos negócios, fazer uma autocrítica e avaliar o que aconteceu "de verdade” pode ser muito valioso para o futuro.

Essa análise não pode ser descuidada e nem viciada.  Nesse caso a melhor forma de poder classificar erros e acertos é saindo de "dentro da caixinha” para uma visão ampliada.

Como disse Einstein: "Nenhum problema pode ser resolvido pelo mesmo estado de consciência que o criou.  É preciso ir mais longe”. Então, o ideal é afastar-se e olhar para o conjunto.

Em primeiro lugar vamos separar duas questões.  A pandemia e a crise natural da empresa.

A pandemia, contribuiu sobremaneira para o fechamento de muitas empresas no Brasil.  Estima-se que mais de 800 mil encerraram suas atividades, até agora, em consequência direta ou indireta da crise Econômica gerada por ela. Mas a despeito do cenário atual, as empresas continuamente enfrentam problemas internos, oriundos principalmente da má gestão ou de erros ocasionais, que contribuem para seu enfraquecimento e morte. E é sobre isso que trato aqui, sem negligenciar os efeitos devastadores da COVID.  Mas vale lembrar que a Economia oscila sempre, mesmo quando não existem fatores como pandemias ocorrendo. Administrar com competência e se aproveitando das lições vivenciadas ao longo da gestão, faz toda a diferença nesse enfrentamento.

Para elencar desses erros, destaco que muitos deles se apresentam disfarçados e podem passar sem serem percebidos.

Um deles, por exemplo, é o excesso de confiança dos gestores, que é quando se acredita que tudo está bem e que nada de mal pode acontecer se continuarem sendo aplicadas as mesmas estratégias de sempre.

Outra falha grave é não estabelecer metas progressivas e mais audaciosas.  Quando estamos faturando e "pagando as contas”, temos a falsa impressão de que está tudo bem.  Mas sem um orçamento que mostre o crescimento das despesas e custos, não nos damos conta da consequente necessidade de aumentar as metas de produção e vendas gradativa e continuamente.

Ficar voltado para dentro de si mesmo, é outro entrave no crescimento e segurança do negócio.  Há que se perceber as mudanças do mercado, as tendências de produtos e serviços mais viáveis e principalmente, o clamor dos clientes. Tem empresas que se esquecem dos clientes, achando que eles simplesmente vão continuar comprando e usando os seus serviços, independentemente de quando ou como são atendidos.

Mas aqui vai o principal equívoco, segundo apurei, para que uma empresa perca posição e agonize mesmo depois de estar em uma confortável posição.  Desprezar os sinais contínuos, pequenos e simbólicos.  Reclamações de clientes, insatisfação e alta rotatividade de colaboradores, aumento da inadimplência dos devedores, a não análise de custos ao se investir, comprar ou negociar e a falta de planejamento (pensar) do gestor.

Esses sinais ocorrem o tempo todo e por isso é preciso aos gestores não desprezá-los, tratando-os com atenção. Uma prática que administradores precisam manter é a de pensar, pensar e pensar sempre, praticar essa arte, principalmente antes de comprar, vender, contratar, demitir e mesmo criar qualquer coisa.

Todos já vimos microempresas que, ao crescer de repente, logo saem do jogo.  E por quê?  Por não se atentarem a esses sinais logo que se iniciam. Não se criaram estratagemas e métodos como se deve fazer em um jogo de xadrez.  Fica-se muito preocupado com grandes e novos problemas como concorrência, ampliação, posição no cenário e não se nota o tabuleiro se movimentando rápido. Estabelece-se um novo foco no crescimento, em detrimento aos cuidados habituais. Há uma máxima bem clara sobre isso.  "Ninguém tropeça em montanhas.  A gente cai por não perceber as pequenas pedras pelo caminho”.  E essas pedras são esses sinais.

Um gestor eficaz, não desperdiça qualquer indício. Ele observa os detalhes. Além disso é em circunstâncias assim que se apresenta como líder.  Motiva e dá exemplos.

Quando temos funcionários que acreditam estar dando seu máximo, então estamos mal servidos.  Pessoas comprometidas sabem que nunca conseguem dar seu máximo.  Estão sempre buscando melhorar.

Quantas vezes você viu sua equipe buscando, por conta própria, informações para uma melhor formação, treinamentos para ampliar a performance?  E você, os incentiva e favorece essa possibilidade?

E o exemplo?  Como gestor você é o primeiro a chegar, o último a ir embora?  Está sempre lendo algo novo e promovendo reuniões engrandecedoras?  Ou deixa tudo nas mãos de gerentes e outras lideranças?  Devia saber que os chefes são admirados (quando bons) e isso faz com que os funcionários comentem suas falas a noite em casa, pois aprenderam algo importante no trabalho, naquele dia e desejam partilhar com a família. Ao contrário sentem desprezo ao verem um líder fraco, preguiçoso, vaidoso, arrogante ou que simplesmente exige mas não faz, não mostra e não dá exemplos. Geralmente esses funcionários trocam seu emprego por qualquer outro, pois não estão só atrás de salário, mas da segurança que um bom administrador inspira.

Um verdadeiro líder, quase não precisa mandar.  Suas boas ideias sendo apregoadas mostram o caminho.  Além disso, sua presença constante na empresa já é suficiente para ganhar, de todos, o comprometimento.

Repetindo. Um gestor admirado inspira. Ao desejar e projetar o crescimento da empresa, gera lucros para todos à sua volta e assim muitos quererão trabalhar ao seu lado por confiar e crer num futuro promissor.

Seja criativo, dedicado, faça o que prega, promova a confiança e o reconhecimento.  Se torne uma grife e será copiado e temido pelos concorrentes e adversários.  Líderes que vivem querendo provar que estão certos afastam, mas quando ouvem seu grupo com humildade, geram afeição e motivação.  Seja atento às ideias boas. O mar é grandioso, pois colocando-se a níveis abaixo dos rios, recebe desses as águas que compõem sua grandeza.

Veja.  A culpa de todas as mazelas, não é apenas da gestão.  Mas passa obrigatoriamente por ela.  Seja um gestor diferenciado e dificultará a queda nos resultados. Seja atento aos pequenos sinais e não caia naqueles erros disfarçados.

Por fim, não se pode deixar de ousar.  Evitar maus resultados é indispensável.  Mas se quiser manter a empresa em um nível de vida razoável e promissor diante de crises, não basta se manter. Devemos também querer crescer.  E crescer é um verbo que sucede o arriscar. Mas isso é uma outra conversa






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