Ouvir a natureza e respeitar suas leis deveria fazer parte da mais absoluta educação dos seres inteligentes. É possível pensarmos em desenvolvimento sustentável? Como avançar no crescimento das cidades sem que isso destrua nossas riquezas naturais?
O que todos nós queremos é viver confortavelmente em nossas casas aquecidas ou refrigeradas, que não nos falte comida e bem-estar, saúde e educação. E nesse ponto teremos 100% de concordância independentemente de nossas crenças ou escolhas políticas. O que todos nós precisamos aprender é que, para construirmos nossos mundos, precisamos ajustar as rotas no sentido da sustentabilidade.
Mas o que é ser sustentável? Isso é papo de ambientalista?
Ser sustentável é fazer uma conta simples como fazemos com nossas finanças.
Gastou mais do que ganhou? Vai entrar no negativo e pagar juros altos por isso.
Vai ficar devedor e inadimplente.
As mudanças climáticas estão aí quer você acredite ou não. O
mundo está entrando em colapso, estamos exaurindo os nossos recursos naturais,
vai faltar água e ar. Teoria caótica ou não, quem quer pagar para ver?
Nosso planeta azul é generoso e abundante, mas não perdoa a devastação. Entramos na fase mais estratégica de nossa existência, podemos ser responsáveis pela virada que nos levará a um novo ciclo de mais abundância, com novas tecnologias e melhores padrões de vida para todos. Mas para isso será preciso nos reeducarmos. Somos analfabetos ambientais. E teremos que nos alfabetizar com urgência. Governo, iniciativa privada e sociedade civil precisam assumir suas cotas de responsabilidade nesse processo.
Tudo importa. O papelzinho de bala jogado na rua, as latas e
embalagens descartadas no lixo comum, o consumo desenfreado e não consciente,
banhos prolongados, lavar calçadas, excesso de embalagens que levam 5 segundos
para o descarte e 450 anos para se degradar. Nós precisamos realmente de tudo
isso?
Aprendemos a cultura do "o rio leva”. E o rio não tem mais para onde levar tanto lixo e poluentes. Terceirizamos todas as nossas responsabilidades com relação ao meio ambiente.
Os agricultores antigos planejavam suas lavouras observando
o sol, a lua, e as mudanças no céu. Hoje, agricultores e bichos estão perdidos
em seus radares naturais. Não respeitamos os ciclos da terra. Aceleramos a
produção e levamos nossos solos ao esgotamento.
E estamos vivendo tudo isso por falta de gestão. Temos
tecnologia suficiente para gerir desenvolvimento e sustentabilidade. Falta gestão.
A irresponsabilidade que gera escassez.
Temos o maior patrimônio biodiverso no maior celeiro do
planeta e, no entanto, 17% da Amazônia já foi destruída. Não aproveitamos nossos
recursos naturais, não os valoramos com biotecnologia. Preferimos barganhar no
mercado internacional nossas riquezas a investirmos em nossas mentes em
pesquisas e tecnologias.
E nossa sanha de destruição está muito mais perto do que a
Amazônia. Em Rio Preto destruímos mais de 50% de nossas nascentes
nos últimos 20 anos. A seguir nesse ritmo de "desenvolvimento”, não restará
nenhuma nascente e nem rios daqui a 15 anos.
Em nosso planejamento dos investimentos públicos que acontecerão em nossa cidade, pouco mais de 3% orçamento é destinado ao meio ambiente. O plano diretor deveria investir nas áreas verdes. Isso gera felicidade e bem-estar, saúde e qualidade no ar.
Os sinais estão todos aí. Depressão é a doença do século e os
índices de suicídios estão aumentando entre nossos jovens. Precisamos descobrir
a preciosidade da vida da forma mais dolorosa? Perdê-la para despertar? Podemos
e devemos virar essa chave rumo à sustentabilidade do SER. É só uma questão de
fazer melhores escolhas.
Ecologia, sustentabilidade e meio ambiente, aqui estão os
temas que devemos enfrentar. De frente, com coragem e responsabilidade. Devemos
isso à aqueles que ainda estão por vir. Garantir a manutenção da vida com
qualidade e igualdade de direitos.
Não podemos deixar ninguém para trás. Podemos fazer escolhas
aqui e agora que garantirão um futuro para Nosso Lar. Temos um encontro marcado
com a realidade que nos cerca. Não finja que ela não exista. Se há a eminência
de uma crise ambiental sem precedentes na história da humanidade, faça sua
parte agora. Use suas habilidades e conhecimentos, eduque-se, mude, transforme
a sua realidade se preciso for, faça o possível e faça rápido.