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Fabiano Latham

Jornalista e escritor, autor dos livros “Aprendendo com os Mestres” e “Agora Vai”.


Estaria nosso tempo acabando?

Por: Fabiano Latham
02/04/2020 às 08:08
Fabiano Latham

Não é o caso de se desesperar, mas preciso avisá-lo (a): seu tempo está acabando. Isso mesmo: acabando. Temos a falsa sensação de que cada dia é um dia a mais e de que estamos computando tempo em nossa jornada de vida. Mais um dia de trabalho, mais um final de semana, mais um feriado, certo? Mas não é bem assim.

Na correria do dia-a-dia, e nos tempos líquidos em que vivemos, em que tudo se esfacela em questão de segundos, não percebemos o percurso natural de finitude inerente à nossa condição humana. Falamos tanto em crescimento, empoderamento e conquistas, que passa batido o fato de que cada dia vivido nos aproxima mais da morte. Sei que essa palavra assusta e parece evocar certo negativismo, mas o fato é que ao esquecer que um dia a vida acaba, perdemos muito tempo.

 

Desperdiçamos nosso tempo com tanta bobagem e inutilidade, enquanto a vida escorre pelas mãos. Perdemos tempo tentando provar felicidade, nos esforçando para parecer o que não somos e também para convencer e impressionar até quem nem mesmo gosta da gente. Gastamos energia buscando o perfeccionismo, exigindo demais de si mesmo e dando um peso gigante a picuinhas. Sem contar quando queremos mudar os outros, sem olhar para o próprio umbigo e perceber o quanto ainda precisamos transformar a nós mesmos antes de sair por aí querendo pregar o que não praticamos.

 

É grande a lista de situações que nos fazem desperdiçar nossos valiosos dias sem verdadeiramente vivê-los. Tem gente muito mais preocupada em julgar o comportamento dos outros do que trabalhar em suas próprias fraquezas. Há também quem ocupe seu tempo com manias, certezas e hipocrisias que só deterioram as relações.

 

Tem nos faltado a grandeza de olhar os dias como dádivas e oportunidades de exercer nossa humanidade. Quando cai a ficha de que o tempo não volta e que o momento presente é realmente a única coisa que temos, tudo passa a ter um significado diferente.

Moral da história: só temos o hoje. Nada e ninguém nos assegura o amanhã. Está na hora de sair da letargia provocada pelo autoengano. Passou da hora de acordamos nossa condição humana e frearmos nosso impulso megalomaníaco de achar que temos tudo controlado a nosso bel prazer.

 

O tempo está acabando. Cada dia é um a menos no calendário da existência. Não se trata de ser alarmista ou apocalíptico, mas sim de enxergar a realidade como ela é. Sigamos vivendo a intensidade do hoje que, mesmo imperfeito, é a melhor oportunidade que temos nesta tão curta existência. Viver é bom demais. 

 

Força sempre! 






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