"Ó mar salgado... quanto de teu sal são lágrimas de Portugal!”
Por: Carlos Alexandre
25/10/2019 às 13:47
Empresa | Empreendedorismo
Motivado pela necessidade de ampliar o negócio e buscar novos
mercados, comecei, há cerca de um ano e meio, a pesquisar Portugal para essa
finalidade.
Escolhi o país por alguns fatores que facilitariam essa decisão. Sou cidadão português, falamos a mesma língua lá e cá e teríamos, por meio da terra ancestral, uma porta aberta para a União Europeia.
Pois bem. Conversamos em casa, eu e minha então mulher, para levarmos nossos filhos e nos estabelecermos lá. Tínhamos um incentivo extra para irmos: a eleição de Bolsonaro, figura que representa tudo aquilo que abomino.
Em janeiro último, fizemos uma viagem prolongada e bem ampla, cruzando o país de ponta a ponta com os meninos na busca de melhor lugar para se viver, escolas etc.
O trabalho que dirijo aqui ao lado de meu sócio, poderia ser facilmente realizado a partir de lá. Não haveria, portanto, qualquer prejuízo, mas pelo contrário, grandes vantagens. O ambiente português está extremamente propício para o nosso ramo de atuação.
O fato é que em terras lusitanas encontramos uma infinidade de brasileiros. Em todas as cidades que visitamos e nas quais realizamos ações corriqueiras como compras em supermercados, passeios e até visitas a lugares turísticos, abundavam nossos patrícios.
Não é difícil explicar.
As fáceis condições de adaptação, engajamento e mesmo colocação profissional para os imigrantes, são um convite a essa mudança nas vidas de quem não está muito bem por aqui.
Ao retornarmos, fomos forçados a algumas adaptações ao projeto anterior, pois não conseguiríamos mudar os 5 de uma só vez e minha mulher ficou com a incumbência de "abrir picada”.
E lá esteve novamente em agosto realizando reuniões importantes e grandes acordos que farão toda a diferença pra nós.
Mas o que afinal de contas tem o país de meus avós que tanto chama a atenção de pessoas e empresas?
Com certeza uma política diferenciada.
Após enfrentar a dura crise que atingiu a Europa no início da década, com grande talento, Portugal alcançou seu estado de Bem Estar Social, crescimento e progresso.
O governo do socialista António Costa, descobriu a fórmula para melhorar os índices de emprego e diminuir a desigualdade. Pra se ter uma ideia a taxa de desemprego despencou de 16,2 para 8,9% e com grande número de estrangeiros chegando para assumir postos de trabalho.
Aumentou o salário mínimo, descongelou-se os salários dos servidores e o famoso imposto sobre Valor Agregado deixou de ser cobrado.
O crescimento português em 2017 foi o maior em 100 anos, alcançando a casa dos 2,7%.
Receptivo e seguro para se viver, o país vem recebendo investimentos externos vultosos além de ver aumentado seu turismo em padrões nunca dantes experimentados.
Diversos setores da economia estão se destacando, dentre esses o que opero.
Estranho para alguns e óbvio para outros, o esquema trabalhado pela esquerda sempre ofereceu evolução, diminuição da pobreza e agressiva ascensão cultural e educacional nos países em que foi governo.
Enquanto isso se verifica de maneira indiscutível na antiga metrópole do Brasil, cidadãos simpatizantes do insalubre e ineficiente governo Bolsonaro protestam ainda fazendo uso de já ultrapassados bordões, mandando os progressistas para Cuba ou Venezuela.
Poderiam se atualizar e com correta sugestão, sugerir nosso embarque imediato para Portugal.